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Brasil conectado: 41,7% da população têm acesso à rede

Em 2009, 67,9 milhões dos brasileiros tiveram contato com a internet, mostra pesquisa do IBGE. No Sudeste, metade dos moradores já experimentou a web

Por João Marcello Erthal e Cecília Ritto
8 set 2010, 10h00

“Estamos falando de 70 milhões de brasileiros que acessam a internet. É um dado gigante. Mas ainda são 110 milhões de brasileiros sem internet, o que cria uma casta de excluídos digitais”, afirma Rodrigo Baggio, do Comitê para Democratização da Informática

Trocar e-mails, navegar em páginas em busca de informações ou simplesmente perder-se no emaranhado de redes sociais são hábitos presentes na rotina de 41,7% dos brasileiros. Se o avanço da rede mundial de computadores mantiver o ritmo dos últimos quatro anos, provavelmente em 2010 mais da metade da população terá experimentado, de alguma forma, o acesso à rede mundial. A conclusão é parte da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios – PNAD 2009 – do IBGE, que acompanha, ano a ano, a evolução de hábitos e condições de vida no país.

Em números absolutos, 2009 foi o ano de entrada na internet para 12 milhões de pessoas em todo o Brasil, elevando para 67,9 milhões o contingente que declarou já ter usado a web – um crescimento de 21,5% em relação a 2008. No Sudeste, região que lidera a expansão, em 2009 o patamar de habitantes que declararam ter usado um computador com conexão à grande rede chegou a 48,1%. Norte e Nordeste, com 34,3% e 30,2% de moradores que já se conectaram, têm os índices mais baixos.

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O avanço da internet
O avanço da internet (VEJA)

O avanço da internet, como mostra a PNAD, ocorre principalmente entre os jovens. Mas a população com mais de 50 anos – principalmente as mulheres – também demonstra intimidade crescente com teclados, mouses e endereços da web. Desde 2005, o porcentual de pessoas que declararam ter utilizado a internet nesta faixa de idade saltou de 7,3% para 15,2%. A pesquisa considera “com acesso” à internet quem respondeu ter usado a rede nos três meses anteriores à entrevista.

A alta dose de entretenimento que o acesso aos sites pode proporcionar traz, diluída, uma boa dose de cidadania. “A internet não significa só lazer, mas educação e trabalho. A partir do momento em que a sociedade está mais conectada, aproximam-se os níveis de oportunidade de pobres e ricos. O maior acesso à internet é fundamental para o desenvolvimento social e econômico do país”, avalia Rodrigo Baggio, secretário executivo da ONG Comitê para Democratização da Informática (CDI).

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O fenômeno brasileiro, destaca Baggio, ajuda o país a encurtar a distância em relação às nações mais desenvolvidas. Mas ainda há muito por fazer. “Estamos falando de 70 milhões de brasileiros que acessam a internet. É um dado gigante. Mas ainda são 110 milhões de brasileiros sem internet, o que cria uma casta de excluídos digitais”, afirma Baggio.

Um ranking de 2009 e 2010, elaborado pelo Fórum Econômico Mundial, põe o Brasil na 61ª posição global em preparo para usar as novas tecnologias e informação – considerando ambiente regulatório, empresarial e de infraestrutura; preparo de indivíduos e pessoas ; e tecnologias disponíveis. O líder é a Suécia e os Estados Unidos aparecem em quarto lugar. Na América do Sul, o país perde para Chile (40º), Uruguai (57º) e Colômbia (60º).

A PNAD mostra uma tendência de substituição do telefone convencional domiciliar pelos aparelhos celulares. Em 2009, passou de 82,1% para 84,3% a proporção de domicílios com acesso a algum tipo de telefone. O maior crescimento, no entanto, se dá pelos celulares. Os lares em que os moradores têm apenas aparelhos móveis chegaram a 41,2%, enquanto os que têm somente aparelhos fixos tradicionais atingiu a seu nível mais baixo desde 2005: 5,8%.

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Telefonia
Telefonia (VEJA)

Domicílios com acesso à rede – A PNAD investiga, desde 2004, a presença de computadores e computadores com internet nos lares – em questionários que incluem, ainda, os itens rádio, freezers, televisão, geladeira e máquina de lavar roupa. Os dados globais do Brasil indicam que mais de um quarto dos domicílios já têm pontos de acesso privado à internet: 27,4%. Em 2004, esta proporção era de apenas 12,2%.

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Segundo dados da PNAD de 2008, os pontos privados lideram os acessos à internet no Brasil, com 57,1% dos usuários. O segundo meio mais utilizado foram as lan-houses, com 35,2%. A estimativa do Comitê para Democratização da Informática é de que existam no Brasil cerca de 110 000 lan-houses – 90% delas na informalidade.

“São as lan-houses a porta de entrada para as classes C e D no mundo da internet”, diz Rodrigo Baggio. Recentemente, a instalação de pontos de acesso sem fio gratuitos (Wi-Fi) em áreas como o Morro Dona Marta, no Rio, ampliaram as possibilidades de conexão para a população de baixa renda. Baggio, no entanto, critica este modelo de expansão da rede.

“Toda medida que apenas disponibiliza o acesso me parece mais eleitoreira que eficiente”, afirma. “Falta uma política pública de inclusão digital sustentável, que preveja o acesso, a capacitação contínua, a disponibilização de serviços, como empreendedorismo, pontos de acesso e cuidado com o lixo tecnológico”, adverte Baggio.

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