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Bombeiros retomam buscas em local das barragens; uma segunda pessoa teria morrido

Segundo a Prefeitura de Mariana, as duas vítimas fatais estavam no distrito de Bento Rodrigues e morreram em hospitais próximos horas depois do acidente

Por Da Redação
5 nov 2015, 17h58

O Corpo de Bombeiros de Minas Gerais retomou as buscas nos municípios mineiros tomados pela lama que invadiu a região após o rompimento de duas barragens da mineradora Samarco. Um dos trabalhos da corporação tem sido o resgate, que ocorreu durante todo o dia, de pessoas que ficaram ilhadas após a tragédia. Durante a madrugada, 500 moradores foram salvos. Elas passam por um processo de “descontaminação por ferro” com uso de água e sabão e são encaminhadas para o hospital João XXIII, em Belo Horizonte. Três helicópteros e duas retroescavadeiras são usados para abrir passagem no distrito. As estradas na entrada de Bento Rodrigues e diversas ruas da região foram tomadas pela lama saída das duas barragens.

Oficialmente, segundo o Corpo de Bombeiros, apenas uma morte foi confirmada: o funcionário da mineradora Claudio Fiuza, de 41 anos, que teve um mau súbito na hora do desastre. Logo no início do dia, a Prefeitura de Mariana, em Minas Gerais, informou que havia ocorrido uma segunda morte. “As duas pessoas saíram com vida do local e foram internadas, uma no município de Santa Bárbara e outra aqui mesmo em Mariana, mas não resistiram. Várias outras pessoas foram internadas, mas ainda não temos como levantar esse número exato”, explicou o chefe do departamento de comunicação da Prefeitura de Mariana, Douglas Couto. A Prefeitura de Santa Barbara, a 30 quilômetros do local da represa, não confirma a notícia de uma morte no município. Segundo a assessoria de imprensa, quatro pessoas foram hospitalizadas na Santa Casa da cidade, duas crianças, um homem e uma mulher, e todos estão vivos.

O acidente ocorreu na tarde desta quinta-feira e provocou destruição no distrito de Bento Rodrigues, localizado entre Mariana e Ouro Preto, no interior de Minas Gerais. A lama se espalhou, arrastando carros e casas, e inundou o vilarejo – somente a parte alta escapou. O Corpo de Bombeiros busca outras vítimas soterradas no local, ainda há muitos desaparecidos.

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Em entrevista ao jornal da Globonews na manhã desta sexta feira, o prefeito de Mariana, Duarte Júnior, disse que as equipes que trabalharam na região durante a noite tiveram muitas dificuldades para se locomover por causa da lama e da destruição. “Infelizmente ainda não temos ideia do real tamanho dessa tragédia”, avaliou. “O local mais atingido é Bento Rodrigues, mas já sabemos que locais a 70 km de distância daqui também foram atingidos pela lama.” O prefeito também decretou estado de emergência na cidade.

O Hospital Monsenhor Horta, em Mariana, confirmou uma morte e disse que recebeu outros quatro feridos. Os números do desastre, porém, podem crescer. O Sindicato dos Trabalhadores da Indústria de Extração de Ferro e Metais Básicos de Mariana (Metabase) informou que entre 14 e 15 pessoas podem ter morrido e outras 45 estariam desaparecidas. Já o coordenador de Meio Ambiente do Ministério Público Estadual Carlos Eduardo Ferreira Pinto, fala em ao menos dez desaparecidos. “A situação é catastrófica. Muito delicada”, disse ele.

Segundo a assessoria de imprensa da prefeitura de Mariana, a lama avançou sobre uma comunidade com cerca de 560 habitantes e 170 casas.

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O governo ofereceu ajuda das forças federais para o socorro às vítimas. Três helicópteros dos Bombeiros, da Polícia Militar e da Polícia Civil e agentes da Guarda Municipal e da Defesa Civil Municipal realizam buscas no local. Dezenas de moradores ficaram desabrigados em consequência do rompimento.

A barragem de rejeito é uma estrutura para armazenar resíduos da mineração. Em nota, a empresa informou que “não é possível, neste momento, confirmar as causas e extensão do ocorrido, bem como a existência de vítimas”. Diz o texto: “Por questão de segurança, a Samarco reitera a importância de que não haja deslocamentos de pessoas para o local do ocorrido, exceto as equipes envolvidas no atendimento de emergência”.

Barragem – O rejeito consiste nas sobras do processo de mineração e beneficiamento do minério. Por pequenas concentrações de minério na rocha bruta, a exploração de uma jazida tende a gerar uma grande quantidade de rejeito, e sua disposição costuma onerar bastante o projeto. A natureza do rejeito pode variar bastante conforme o minério e o tipo de lavra, mas é bastante comum tratar-se de grandes depósitos de lama. Barragens de rejeito, como a que rompeu em Minas Gerais, são construídas justamente para a contenção e sedimentação desta lama. Por causa da plasticidade e contínua descarga da lama, essas estruturas de contenção exigem constante monitoramento. Como encarecem consideravelmente a operação da lavra, as barragens de rejeito nem sempre merecem a atenção e o investimento necessários da mineradora, em particular das pequenas e médias.

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(Com Reuters, Agência Brasil e Estadão Conteúdo)

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