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Bolsonaro ataca o Coaf e critica investigações de familiares e de Wassef

Presidente diz que que tentam atingir pessoas próximas porque não conseguem nada contra ele e afirma que pediu acesso a mensagens vazadas da Lava-Jato

Por Camila Nascimento Atualizado em 25 mar 2021, 18h52 - Publicado em 12 fev 2021, 17h35

O presidente Jair Bolsonaro, ao conversar com apoiadores, em frente ao Palácio da Alvorada, nesta sexta-feira, 12, criticou as investigações envolvendo os seus familiares, que chamou de “perseguição”.

Uma das críticas foi ao uso de dados do Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) para subsidir investigações envolvendo um de seus filhos, o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), suspeito de liderar um esquema de rachadinha (desvio de parte dos salários de servidores de seu gabinete) quando era deputado estadual no Rio de Janeiro.

“Você vê ali a perseguição, entravam na minha vida financeira e da minha família. Você pode entrar, mas tem que ter ordem judicial”, afirmou. “Eu quero pegar o cara que vendia informações dentro do Coaf, por exemplo”, acrescentou, sem dar detalhes. Os relatórios do Coaf que originaram a investigação contra Flávio foi repassada ao Ministério Público do Rio.

Bolsonaro destacou que “nós (do governo) queremos fazer a coisa certa, seguir a lei para todo mundo”, afirmou que não encontraram indícios de corrupção no seu governo e que, por isso, investigam pessoas próximas a ele. “O que conseguiram contra mim, Jair Bolsonaro? Agora ficam em cima de esposa, filho, parente, amigo, advogado que advoga para mim”, disse, referindo se a Frederick Wassef, que advogava para ele e para Flávio Bolsonaro.

Em dezembro, o Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1) considerou ilegal a remessa pelo Coaf de um relatório sobre Wassef e determinou o arquivamento de um processo que apurava pagamentos a ele de 9 milhões de reais pela JBS, empresa dos irmãos Joesley e Wesley Batista, entre 2015 e 2019. “Sobre aquele advogado que advoga para mim, o TRF1 arquivou o processo dele e mandou a Polícia Federal investigar o Coaf”, disse.  “Daí eu chego para os caras do Coaf, para os caras não, para quem manda lá em cima: ‘Você fez o levantamento das pessoas que estão aqui, se está tudo certo?’ Não quero falar muita coisa aqui. Porque algumas pessoas lá dentro (do Coaf) fazem a coisa errada, se não fizessem, o TRF1 não teria anulado o processo contra aquele advogado”, ressaltou.

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Mensagens vazadas

Bolsonaro ainda cobrou do STF (Supremo Tribunal Federal) permissão para acessar as mensagens vazadas por hackers das conversas entre procuradores da Lava-Jato e o então juiz Sergio Moro. “Mandei pedir aquela matéria hackeada que está nas mãos do PT, nas mãos do Lula, onde tem meu nome lá, algumas já passaram para mim. Vocês vão cair para trás. Chegando, eu vou divulgar, o Lula não vai divulgar, já falou que não vai. Eu vou divulgar”, afirmou.

O presidente disse que o seu nome aparece nas mensagens. “Espero que o Supremo me dê (acesso), deu para o Lula. E, já que a imprensa diz que meu nome está lá dentro, é para mim também”, disse.

 

Na quinta-feira, o Radar revelou que, segundo a subprocuradora Cláudia Sampaio Marques, que representa a Procuradoria-Geral da República no julgamento do acesso de Lula às mensagens, o ex-presidente “tem hoje em suas mãos um farto material relativo a opositores políticos”. Na sustentação oral que fez contra a validação da liminar concedida pelo ministro Ricardo Lewandowski que deu à defesa do petista acesso aos diálogos, ela lembrou que os hackers acessaram conversas relativas a 176 pessoas — e que não é possível saber o uso que será feito desse material.

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“Há material de Deus e o mundo, material do presidente da República, dos seus filhos, de vários ministros de estado e isso sem contar as dezenas de pessoas que de um jeito ou de outro mantiveram contato com essas, que tiveram seus sigilos violados”, afirmou.

 

 

 

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