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Black blocs são levados à delegacia para interrogatório

Polícia Civil cumpre mandados de busca e apreensão para recolher provas contra acusados de crimes em manifestações no Rio

Por Pâmela Oliveira, do Rio de Janeiro
11 out 2013, 11h43

A polícia do Rio voltou a reprimir integrantes do grupo Black Bloc, com uma ação para apreender provas e colher depoimentos de suspeitos de vandalismo e crimes na internet. Desde a madrugada desta sexta-feira, agentes da Polícia Civil cumprem 17 mandados de busca e apreensão para arrecadar arquivos, computadores, celulares e tablets. Seis suspeitos foram levados para a Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática (DRCI), onde foram ouvidos por autoridades policiais e liberados.

“O que se quer saber exatamente é se essas pessoas têm alguma vinculação com os administradores que fomentam atos de vandalismo. Uma coisa é identificar alguém que lançou um coquetel molotov em uma manifestação. Outra coisa é verificar se essa pessoa tem poder de mando, se fomenta atos criminosos na internet”, disse o delegado Fernando Reis, diretor do Departamento Geral de Polícia Especializada (DGPE).

De acordo com o delegado, a investigação começou após a análise dos registros de ocorrência realizados no dia 7 de setembro, quando integrantes dos Black Bloc entraram em confronto com a polícia. “O que se sabe é que, comprovadamente, essas pessoas praticaram atos de vandalismo. Estamos aprofundando a investigação. Nosso foco principal, agora, é definir o papel de cada um”, disse o delegado, que pedirá autorização à Justiça para que o material apreendido seja periciado.

O teor dos depoimentos não foi revelado porque, segundo Reis, a investigação corre em segredo de Justiça.

Pelo menos três dos jovens que são alvos da investigação negaram a prática de vandalismo. O estudante Chrithopher Creindel, 23 anos, negou fazer parte do grupo de mascarados, mas deu uma “aula” sobre o papel dos Black Bloc aos jornalistas que estavam na delegacia.

O cerco aos mascarados se fecha depois de uma série de ações de vandalismo cometidas na última segunda-feira, quando integrantes do Black Bloc depredaram cinco agências bancárias, incendiaram um ônibus e tentaram atear fogo no Palácio Pedro Ernesto, sede da Câmara dos Vereadores da capital. A onda de destruição começou por volta das 20h30, logo após uma passeata convocada pelo Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação do Rio (Sepe). Na tarde de quarta-feira, o sindicato declarou “apoio incondicional” aos black blocs, e afirmou que pretende criar sua “própria autodefesa” contra as agressões dos policiais. Na segunda-feira, no entanto, imagens mostram que a polícia estava recuada, formando uma barreira próxima da entrada do Quartel-General, e foi atacada por mascarados, que lançaram morteiros e sinalizadores para forçar a Polícia Militar a entrar no confronto.

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No dia 4 de setembro, três jovens acusados de depredação de patrimônio durante protestos no Rio foram presos – todos já liberados. Os detidos naquela ocasião admitiram ser responsáveis pela página “Black Bloc RJ” no Facebook, um dos canais usados para convocar manifestações e defender atos de depredação como forma de manifestação.

De acordo com a edição desta sexta-feira do jornal O Globo, a Polícia Federal distribuiu um comunicado a respeito do risco de protestos violentos no próximo dia 5 de novembro. A PF trabalhou com apoio da Interpol e de entidades como a embaixada dos EUA e órgãos de inteligência dos estados. A PF acredita que os black blocs no Rio e em São Paulo agem com conexões com grupos de ativistas de outros países.

Protestos – Depois da declaração de apoio feita pelo Sepe, black blocs lideraram um pequeno protesto na tarde e na noite de quinta-feira. A página do grupo no Facebook convoca para um novo protesto na próxima semana. As negociações do sindicato com a prefeitura e o governo do estado no momento estão emperradas, e os grevistas não aceitam o plano de cargos e salários aprovados pela Câmara Municipal do Rio, que dá aumento real de 8% para os professores da capital – o sindicato pede 19%.

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