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Behring Breivik exige sua ‘libertação imediata’

Por Por Pierre-Henry DESHAYES
6 fev 2012, 13h01

O autor dos ataques que deixaram 77 mortos no dia 22 de julho na Noruega, o extremista de direita Anders Behring Breivik, exigiu sua “libertação imediata” nesta segunda-feira, intensificando as provocações na presença de parentes de vítimas e de sobreviventes que responderam com risadas.

Sem apresentar qualquer remorso, Behring Breivik afirmou que o massacre foi “um ataque preventivo contra traidores da pátria” culpados, segundo ele, de realizar o equivalente a uma “limpeza étnica” ao favorecer a instauração de uma sociedade multicultural.

“Não aceito a prisão. Exijo ser libertado de imediato”, declarou o extremista de direita de 32 anos ao comparecer ante o tribunal de Oslo, que ordenou sua manutenção em prisão preventiva até a abertura de seu processo em 16 de abril.

Esta exigência, feita em duas oportunidades, provocou risadas entre as dezenas de parentes das vítimas e de sobreviventes presentes na sala de audiência.

De terno preto e gravata azul claro, Behring Breivik entrou na sala fazendo uma saudação, colocando suas mãos algemadas, com os punhos fechados, sobre o coração, e depois voltando o braço para as pessoas no local, em “uma saudação da extrema direita”, segundo seu advogado, Geir Lippestad.

“Ele queria mostrar à extrema direita que é um dos seus”, explicou.

Com o cabelo loiro penteado para o lado e com um fio de barba, Behring Breivik novamente se recusou a assumir a culpa, reconhecendo ser o autor de ataques necessários, segundo ele, para “defender a população étnica norueguesa”.

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“Nós, o movimento de resistência norueguês, não vamos permanecer de braços cruzados enquanto fazem de nós uma minoria em nosso próprio país”, disse, afirmando ter agido para “defender seu povo, sua cultura, sua religião”.

Hostil ao multiculturalismo e à “invasão muçulmana” da Europa, Behring Breivik atirou durante mais de uma hora em um acampamento de verão de jovens trabalhistas na ilha de Utoeya no dia 22 de julho, depois de ter acionado uma bomba perto da sede do governo norueguês.

No maior massacre cometido em território norueguês desde a Segunda Guerra Mundial, esses ataques deixaram 77 mortos, incluindo vários adolescentes.

Durante a audiência na qual se voltou em diversas oportunidades para a imprensa com um sorriso nos lábios, Behring Breivik novamente recusou a Corte, acusando a juíza Wenche Fliflet Gjelsten de ter sido “encarregado por aqueles que apoiam o multiculturalismo”.

“Fiquei bem ao vê-lo assim, cercado de policiais, a apenas dez metros de mim”, reagiu Magnus Haakonsen, um jovem sobrevivente de Utoeya, que conseguiu fugir nadando.

“Na primeira vez que eu o vi em Utoeya, ele também estava a uma dezena de metros de mim, mas ele tinha uma arma apontada para mim. Aqui, de certa maneira, é contra ele que as armas, as da justiça, estão voltadas”, acrescentou.

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Segundo o jovem de 18 anos, que escapou de dois tiros de Behring Breivik em 22 de julho, “uma boa forma de desarmar seus argumentos é rir dele”.

“Ele tem uma visão completamente deturpada das coisas”, disse Joergen Bunk, outro sobrevivente.

“Entendo que ele exija sua libertação, vi que ele considera ter agido com heroísmo. Para nós, é evidente que é completamente louco”, acrescentou.

Declarado psicótico e, com isso, penalmente inimputável por uma primeira especialista psiquiátrica no ano passado, o extremista deve ser submetido a uma segunda avaliação, que terá seus resultados divulgados no dia 10 de abril.

Depois, o Tribunal de Oslo se pronunciará sobre a sua saúde mental, uma questão que será determinante para a sua pena: a prisão ou um estabelecimento psiquiátrico.

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