Bebê nasce em meio à enchente
Enchentes na pista obrigaram os soldados do Exército e os bombeiros a usar um caminhão para chegar ao município de Ilhota
Maria Eduarda nasceu há poucas horas, mas já tem história para contar. A menina veio ao mundo pelas mãos de soldados do Exército, na madrugada deste sábado. Enquanto dava à luz, a mãe Márcia Denise da Cunha era transportada em um caminhão militar da cidade de Ilhota, isolada pelas águas, a um hospital em Itajaí. O parto foi consumado durante o percurso, na rodovia estadual SC-470.
Ao todo, seis militares participaram da operação. A cidade de Ilhota estava com os acessos rodoviários interrompidos devido à quantidade de água que transbordou do rio Itajaí-Açu e invadiu a pista. O Corpo de Bombeiros em Itajaí não conseguiu seguir pela rodovia. Não fosse o caminhão do Exército, Márcia Denise e Maria Eduarda continuariam ilhadas.
“Enfrentamos entre 80 centímetros a 1,5 metro de altura de água na pista”, disse o sargento Teixeira, do 63º Batalhão de Infantaria de Florianópolis. “Mesmo em um viatura-caminhão, só enfrentamos a correnteza porque o socorro era a uma gestante, pois o risco era muito grande”. Depois do parto improvisado, a mãe e a recém-nascida foram encaminhadas ao hospital Marieta Konder Bornhausen, em Itajaí, onde passam bem.
Durante as enchentes de novembro de 2008, Ilhota, município localizado entre Blumenau e Itajaí, foi a cidade catarinense que registrou o maior número de mortes. Na ocasião, 37 pessoas morreram na região do Complexo do Baú, na zona rural do município, por conta de deslizamentos de terra. Neste ano, até agora, não foram registrados óbitos na cidade.
LEIA TAMBÉM:
Mais um capítulo da tragédia em Santa Catarina
Sobe para 91 o número de municípios atingidos
Tragédia em 2008: o horror diante dos olhos