Battisti será trazido ao Brasil antes de ser extraditado para a Itália
Batistti foi condenado à prisão perpétua na Itália acusado de cometer quatro assassinatos nos anos 1970. Ele nega os crimes
O ministro de Segurança Institucional , general Augusto Heleno, disse neste domingo, 13, que o italiano Cesare Battisti será trazido para o Brasil antes de ser extraditado para a Itália. Foragido desde dezembro, Battisti foi preso neste sábado em Santa Cruz de la Sierra, na Bolívia.
Segundo Heleno, Battisti será transportado em um avião brasileiro. Segundo ele, o avião que buscará o italiano na Bolívia não tem capacidade para voar direto até a Europa, tornando necessária a escala.
A declaração do ministro acontece após o presidente Jair Bolsonaro convocar uma reunião de emergência para discutir os próximos passos da extradição de Battisti. Participaram da reunião os ministros da Justiça e da Segurança Pública, Sérgio Moro, e das Relações Exteriores, Ernesto Araújo.
Filipe Martins, assessor especial da Presidência da República para Assuntos Internacionais, já havia dito mais cedo no Twitter que Battisti viria para o Brasil antes de ser extraditado. “O terrorista italiano Cesare Battisti foi preso na Bolívia esta noite e em breve será trazido para o Brasil, de onde provavelmente será levado até a Itália para que ele possa cumprir pena perpétua, de acordo com a decisão da justiça italiana”, escreveu no Twitter.
O advogado que defende Battisti no Brasil, Igor Tamasauskas, emitiu uma nota em que afirma esperar “respeito aos direitos fundamentais” de seu cliente no desfecho do caso. Ele não pode atuar até que Battisti esteja em território nacional.
“A respeito da prisão do Cesare Batistti temos a informar que, como as notícias dão conta de que ele não se encontra no Brasil, seus advogados brasileiros não possuem habilitação legal para atuar em outra jurisdição que não a brasileira. Esperamos que o caso tenha um desfecho de respeito aos direitos fundamentais de nosso cliente”, informa Tamasauskas.
Batistti foi condenado à prisão perpétua na Itália acusado de cometer quatro assassinatos nos anos 1970. O italiano nega os crimes e se diz vítima de perseguição política.
Ele chegou ao Brasil em 2004, onde foi preso três anos depois. O italiano foi solto da Penitenciária da Papuda, em Brasília, em 9 de junho 2011. Ele voltou a ser preso em outubro de 2017 na cidade de Corumbá, em Mato Grosso do Sul, perto da fronteira do Brasil com a Bolívia.
Segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF), ele tentou sair do país ilegalmente com cerca de 25.000 reais em moeda estrangeira. Após a prisão, Battisti teve a detenção substituída por medidas cautelares.
O governo italiano solicitou a extradição de Cesare Battisti, aceita pelo Supremo Tribunal Federal (STF). No último dia de seu mandato, em dezembro de 2010, contudo, o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidiu que o italiano poderia ficar no Brasil e o ato foi confirmado pelo Supremo. Em dezembro, o ex-presidente Michel Temer assinou a extradição de Battisti,
(Com Agência Brasil e Estadão Conteúdo)