A chamada ‘lei seca’, que estabelece tolerância zero ao uso de álcool por quem vai dirigir, já ameaça o emprego dos trabalhadores de bares e restaurantes da capital federal. De acordo com o Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares de Brasília (Sindhobar), o movimento nestes estabelecimentos diminuiu cerca de 30% nas últimas semanas. Diante deste quadro, o órgão revela que há bares considerando a possibilidade de cortar alguns postos de trabalho. ‘Recomendamos aos filiados que agüentem a mão mais um pouquinho. Mas isso é preocupante, porque o garçom fica esperando o cliente que não aparece e aí tem que demitir. E já tem estabelecimento demitindo’, afirmou neste domingo à Agência Brasil o diretor de Desenvolvimento Institucional do Sindhobar, Jael da Silva.
Em assembléia, os donos de bares da capital decidiram não adotar uma posição institucional na busca de alternativas para o transporte de clientes de modo a evitar que dirijam alcoolizados. Enquanto isso, a Associação Brasileira de Restaurantes e Empresas de Entretenimento (Abrasel Nacional) já entrou com ação no Supremo Tribunal Federal (STF) contra a lei seca. ‘Não somos favoráveis a que as pessoas dirijam embriagadas, mas a forma que a lei veio é muito radical e violenta, mudando o costume secular do povo brasileiro de tomar sua cervejinha e confraternizar com os amigos’, argumentou Silva.