O banqueiro Daniel Dantas afirma estar “convicto” de sua inocência nos crimes investigados pela Operação Satiagraha da Polícia Federal. “Elas são acusações totalmente infundadas”, disse ele em entrevista publicada nesta sexta-feira pelo jornal Folha de S. Paulo. O banqueiro também se disse surpreso com a investigação comandada pelo delegado Protógenes Queiroz, que voltou a prender Dantas na quinta-feira.
O suspeito de comandar o esquema investigado pela PF falou ao jornal depois de deixar um flat de luxo onde se hospedou pela manhã, depois de ser solto em decorrência de um habeas corpus. Dantas permaneceu no local por cerca de duas horas — tomou banho e vestiu roupas limpas. Na saída, foi entrevistado cobrindo a boca com a mão, evitando que alguém fizesse a leitura labial de suas declarações ao jornal.
“Falam que enviamos dinheiro pra fora, daqui pra lá, de lá pra cá. É bobagem, não há fundamento”, disse o banqueiro, que acredita em motivação política para sua prisão — especula, por exemplo, sobre uma suposta perseguição liderada pelo ex-ministro Luiz Gushiken, que tentou evitar sua aproximação aos integrantes do governo Lula. Para o banqueiro, no entanto, o motivo mais provável seria o caso Telecom Italia.
No episódio, cujos detalhes foram revelados pelo colunista Diogo Mainardi, de VEJA, Dantas forneceu informações sobre esquema de corrupção e espionagem envolvendo a Telecom Italia e o Opportunity na guerra pelo controle da Brasil Telecom. A Procuradoria de Milão recebeu denúncias de pagamento de propinas a autoridades brasileiras para afastar Dantas do comando da BrT, hoje controlada por fundos estatais.
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