Bandidos resgatam preso em delegacia do Rio
Chefe da Polícia Civil pede apuração imediata dos fatos. Agentes buscam os cerca de 15 traficantes envolvidos no ataque à unidade
“Quando ele foi resgatado, os outros criminosos deram um fuzil para ele. Infelizmente, fomos atacados de surpresa e não pudemos reagir”, afirmou o delegado Antenor Martins Lopes
Um grupo de aproximadamente 15 traficantes das favelas do Mandela, Jacarezinho e Manguinhos invadiu a 25ª Delegacia de Polícia, no bairro do Engenho Novo, na Zona Norte do Rio de Janeiro, e resgatou Diogo de Souza, o DG, que havia sido preso na manhã desta terça-feira. Os bandidos estavam em duas picapes e duas motos. A ação durou três minutos e não teve reação policial. Uma parte do grupo entrou na delegacia, arrombou o cadeado onde estava DG e fugiu. Em nota, a chefe da Polícia Civil, delegada Martha Rocha, determinou apuração imediata dos fatos. No momento da invasão, a corregedoria da instituição realizava uma inspeção rotineira na unidade.
DG havia sido levado à delegacia às 11h30 com documentação falsa, após ser preso por policiais do Batalhão de Operações Policiais Especiais (BOPE) no Complexo da Maré tentando fugir da favela do Mandela. O ataque à delegacia aconteceu às 14h. De acordo com o delegado titular da 25ª DP, Antenor Martins Lopes, não houve reação para evitar “um banho de sangue”. “Quando ele foi resgatado, os outros criminosos deram um fuzil para ele. Infelizmente, fomos atacados de surpresa e não pudemos reagir”, disse o delegado.
Os bandidos estavam armados com metralhadoras e fuzis. A delegacia estava cheia no momento da invasão. “Não dá para aceitar uma coisa dessas dentro de uma instituição policial”, disse o secretário estadual de Segurança Pública, José Mariano Beltrame, à Rede Globo.
A rua onde fica a unidade da polícia está marcada por tiros. Dois agentes que estavam patrulhando as redondezas, sem saber do ataque, atiraram ao perceber a movimentação. Um policial chegou a ser atingido no braço, mas passa bem. Quase todos os criminosos foram identificados pela polícia. Cerca de 30 agentes da Coordenadoria de Recursos Especiais (CORE) fazem buscas pelas favelas da área.