Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Bandidos matam policial de UPP e comemoram no Facebook

Subcomandante da unidade da Vila Cruzeiro morreu com tiro na cabeça, em ataque na noite de quinta-feira. Tiroteio ocorreu horas depois de secretário negar existência de uma crise nas Unidades de Polícia Pacificadora

Por Leslie Leitão e Pâmela Oliveira
14 mar 2014, 10h41

Horas depois de o secretário de Segurança do Rio, José Mariano Beltrame, ter negado que haja uma crise nas Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs), mais um policial do programa foi morto por traficantes. No dia em que foram ocupadas a Vila Kennedy e a Metral – favelas da Zona Oeste – para a criação da 38ª UPP, bandidos mataram, com um tiro na cabeça, o aspirante a oficial Leidson Acácio Alves, de 27 anos, subcomandante da unidade da Vila Cruzeiro, no Complexo do Alemão. Ele foi atingido na Rua 10 e chegou a ser socorrido ao Hospital Getúlio Vargas, mas não resistiu ao ferimento. O crime aconteceu no fim da noite desta quinta-feira, quando traficantes, por volta de 22h30, fizeram quatro ataques simultâneos a PMs em pontos diferentes da região.

Leidson Acácio: policial militar morto com tiro na cabeça na UPP da Penha
Leidson Acácio: policial militar morto com tiro na cabeça na UPP da Penha (VEJA)

Momentos após o ataque que vitimou o policial, um perfil no Facebook comemorou a crueldade. O usuário da rede social que usa o nome de “Timbalzinho da Penha” publicou uma foto do local onde Acácio foi morto, com as manchas de sangue no chão, e escreveu: “Ficou enguiçado em c… azul. É a Penha!”

Acácio formou-se na Academia D. João VI, da Polícia Militar, em 1º de dezembro de 2013, foi atacado com outros sete policiais militares. Depois dos ataques dos criminosos, policiais do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope), do Batalhão de Choque (BPChoque), das UPPs da região e do 16ª BPM (Olaria) fizeram uma operação no Alemão, mas apenas um menor foi apreendido. Esta foi a 11ª morte de um policial de UPP desde 2012.

Leia também:

Vídeo mostra agressão a PMs na Rocinha

Caso Amarildo: Testemunha ouviu “gritos enlouquecedores”

Continua após a publicidade
Perfil no Facebook comemora morte de policial da UPP da Penha
Perfil no Facebook comemora morte de policial da UPP da Penha (VEJA)

Beltrame, negou, na manhã de quinta-feira, que o projeto das Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) esteja ameaçado. Durante coletiva de imprensa realizada logo após a ocupação da Vila Kennedy, o secretário tentou minimizar os conflitos em áreas chamadas de “pacificadas” e classificou os ataques de traficantes a policiais como uma forma de “terrorismo contra o Estado”. “É muito fácil atacar um policial em um beco e fugir. Nós entramos e não vamos sair. Entendemos que essas ações são um verdadeiro terrorismo contra o Estado, contra agentes públicos, contra policiais civis e militares que estão trabalhando para tirar pessoas que estão tiranizadas”, disse. “Falar em ameaça ao projeto é um exagero. Não temos problemas em 38 UPPs. Temos em uma ou duas, por questões topográficas, urbanísticas e com a tirania do tráfico”, argumentou.

Beltrame se referia às UPPs do Alemão e da Rocinha, onde traficantes armados desafiam o Estado. Há uma semana, um PM foi morto quando fazia patrulha na Favela Nova Brasília, no Alemão. O soldado Rodrigo de Souza Paes Leme, de 33 anos, estava com outros onze agentes da UPP, quando foram encurralados na localidade conhecida como Quadra do Escadão. Paes Leme foi atingido por dois tiros no peito, que ultrapassaram o colete à prova de balas. Ele chegou a ser socorrido pelos colegas e levado para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Alemão, mas não resistiu.

No dia 25 de dezembro, um carro da UPP da Rocinha foi atacado por traficantes na Rocinha. Um vídeo divulgado terça-feira pelo Jornal Nacional, da Rede Globo, mostra um grupo formado por pelo menos quinze homens armados com paus, pedras e tijolos destruindo o veículo.

Operação em outras favelas – Na manhã de quinta-feira, as forças de segurança pública realizam operações paralelas em 22 favelas dominadas pela mesma facção criminosa que liderava o tráfico de drogas na Vila Kennedy. O objetivo da ação era evitar que traficantes que escaparam da ocupação da Vila Kennedy se escondessem nestes locais. De acordo com a PM, pelo menos três criminosos foram presos. O traficante e homicida Robson Luís Borges, conhecido como Robinho da Vila Kennedy, foi capturado por policiais da UPP do Complexo do Lins. Ele tinha oito mandados de prisão pendentes por roubo e é acusado de assassinar um policial civil no bairro do Grajaú, em julho de 2012. No Morro do Chapadão, dois homens foram presos em flagrante e um menor, apreendido. Nas favelas Antares e Rola, na Zona Oeste, seis pessoas foram detidas com drogas.

“Nós estamos tirando o território desses traficantes. Antes prendíamos o chefe do tráfico e no dia seguinte já tinha outro no lugar. Agora sem o território eles são obrigados a se deslocar para outros pontos, facilitando o serviço de inteligência da polícia”, concluiu Beltrame.

Continua após a publicidade

Leia também:

Cadê o (dinheiro do) Amarildo?

Como a polícia desvendou a trama de mentiras e suborno criada pelos PMs

Policial denuncia prática de tortura na UPP da Rocinha

(Com Estadão Conteúdo)

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.