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Avião pode ter explodido no ar, diz especialista

Por Da Redação
1 jun 2009, 10h59

Por Natalia Cuminale

O desaparecimento de um Airbus A330 da Air France no voo 447, entre Rio de Janeiro e Paris, mobiliza as atenções das autoridades em aviação de todo o planeta. Carlos Camacho, diretor de segurança de voo do Sindicato dos Aeronautas, comentou o caso na seguinte entrevista a VEJA.com:

O que pode ter acontecido com o avião?

A Air France reconheceu que o avião enfrentou fortes turbulências e divulgou que às 23h14 recebeu um sinal automático que mostrava um problema no circuito elétrico. Então, se um raio de grandes proporções atingiu essa aeronave, não sobrou nada. O raio pode ter provocado uma explosão no ar e destruído o avião inteiro.

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A aeronave pode ter sido o problema?

Não. No passado, um determinado modelo de aeronave chegou a demonstrar problemas para resistir a intervenções climáticas. Porém, o Airbus A330 já está consolidado no mercado. São mais de 341 aviões voando pelo mundo, e muitas dessas aeronaves fazem voos no Brasil. Além disso, há mais de 500 aviões desses já encomendados pelas companhias aéreas. Não existe na história desse tipo de avião uma explosão por falha estrutural. Mas o tempo é uma coisa que não dá para controlar. Você viu o que uma turbulência fez com a aeronave da TAM na última semana em São Paulo.

Então podemos excluir a possibilidade de problema técnico na parte elétrica?

Parte elétrica não derruba avião. Agora, se pegou fogo em voo, naquela altura do oceano as profundidades são muito grandes e o ELT (Transmissor Localizador de Emergência) pode estar submerso.

Como encontrar a aeronave, a tripulação e os passageiros?

Busca, busca e busca. O oceano é muito grande e só a procura pelos fragmentos do avião vai poder dizer onde ele está. Agora é preciso aguardar os deslocamentos dos diversos países que vão se envolver para encontrar a aeronave. A França vai disponibilizar aviões especializados em busca, com binóculos de longo alcance e equipamentos capazes de rastrear grande volume de metal. A própria TAM já informou que pediu para que todos os seus pilotos que fazem rotas internacionais ficassem atentos. Eles podem ajudar na tentativa de encontrar a aeronave, já que quem passa por ali tem mais facilidade.

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É possível nunca encontrar o avião?

Não há como dizer. Isso já aconteceu com um avião da Varig, na década de 1980. Ele viajava do Japão para Los Angeles, nos Estados Unidos. Até hoje ninguém sabe onde ele está.

Há alguma possibilidade de ele não ter caído ou de as pessoas estarem vivas?

Todas as possibilidades têm de ser cogitadas. De repente ele não caiu, e sim pousou no mar, o que é conhecido chamado de amerissagem. Os aviões são abastecidos com bote salva-vidas e todos os passageiros e tripulantes podem estar vivos, assim como aconteceu nos Estados Unidos, no Rio Hudson, em Nova York. A diferença está nos indícios e evidências na história dos fatos. Se as autoridades soubessem o que aconteceu, elas teriam ido direto ao local. Mas, até que uma evidência ocorra, vai ter bastante especulação.

E se ele foi para alguma ilha?

Ele pode ter ido para uma ilha, apesar de não haver muitas ilhas por ali. Ele pode ter aterrissado na Ilha do Sal ou no deserto do Marrocos. Pode ter acontecido, claro. Mas ele teria sido pego pelo radar. Ninguém pegou nada. Ele sumiu, desapareceu.

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Como o radar não foi capaz de rastrear a posição da aeronave?

Há um trecho muito grande sem radar nenhum. Os radares nesse pedaço do oceano não são tão eficientes. A comunicação sobre a posição do voo acontece entre a aeronave e a torre, e não através de radares.

Qual a probabilidade de um acidente aéreo provocado por um raio acontecer?

Um em alguns milhões de vôos. A probabilidade é ínfima, muito pequena. Normalmente os pilotos evitam zonas de turbulência, mas há coisas que não podem ser controladas.

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