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Assassino confesso de menino em Nova York: monstro ou impostor?

Por Por Mariano Andrade
26 Maio 2012, 17h17

A Justiça americana enfrenta a complexa tarefa de determinar se o homem que confessou, esta semana, ter assassinado o menino Etan Patz, desaparecido em 1979 em Nova York, é um monstro que ocultou o crime mais de 30 anos atrás, ou um louco que inventou tudo.

Pedro Hernández, um portorriquenho de 51 anos, contou à polícia na quarta-feira ter estrangulado Etan Patz, de 6, no sótão de sua loja de alimentos perto da parada do ônibus escolar para onde se dirigia o menino naquele 25 de maio no bairro do SoHo, no sul de Manhattan.

O homem foi acusado formalmente na sexta-feira de homicídio doloso, embora haja dúvidas neste caso, que deixou marcas profundas na consciência coletiva dos Estados Unidos.

As autoridades acreditam que as declarações de Hernández, um homem casado pela segunda vez e pai de três filhos, são suficientemente confiáveis para avançar na investigação.

Mas o promotor Cyrus Vance Jr., que no ano passado sofreu uma retumbante derrota no caso de assédio sexual contra o ex-diretor gerente do FMI, Dominique Strauss-Kahn, admitiu que há “muito mais a investigar” e que isto “será feito de forma cautelosa e comedida”.

O advogado de Hernández já obteve autorização do juiz para que seu cliente seja submetido a uma avaliação psiquiátrica.

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Segundo a defesa, Hernández, que deu entrada a um hospital na sexta-feira, teve “diagnósticos de esquizofrenia e distúrbio bipolar” e conta com um “histórico de alucinações, tanto visuais quanto auditivas”.

Sem os restos mortais do menino – que provavelmente nunca serão encontrados, segundo a polícia – ou outra evidência física do crime, a promotoria terá que se apoiar em testemunhos para construir uma acusação sólida contra Hernández, que tinha se mudado para Nova Jersey (leste dos Estados Unidos) pouco tempo depois do desaparecimento de Etan.

No sábado, a imprensa local divulgou declarações de parentes e vizinhos que dariam sustentação à confissão do preso.

Norma Hernández, uma de suas irmãs, citada pelo The New York Times, e que mora em Nova Jersey, afirmou que Pedro havia confessado, antes, ter matado um menino, mas a família não o denunciou para a polícia para evitar problemas.

Segundo a mulher, ele nunca confessou o crime para ela. “Se tivesse dito algo para mim, estaria na prisão”, afirmou.

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Um vizinho do bairro, Roberto Monticello, que tinha 16 anos na ocasião, disse lembrar que “todo mundo, exceto Pedro” tinha se mobilizado nas horas e dias seguintes para procurar por Etan, segundo o tabloide The New York Post.

“Pedro ficava na porta, olhando para nós. Pensando em perspectiva, parece estranho. Todo mundo estava procurando. Mas ele não”, disse Monticello, para quem Hernández “era o tipo de cara que a gente sabe, mesmo como jovem, que um dia vai explodir”.

Hernández é o terceiro homem identificado como suspeito no caso, mas o primeiro a ser acusado.

Etan Patz foi declarado formalmente morto em 2001 e três anos depois, sua família venceu um julgamento civil de dois milhões de dólares contra José Antonio Ramos, namorado da babá do menino e que atualmente está na prisão por abuso de menores.

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