Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Arcebispo vai depor sobre padre acusado de pedofilia

Dom José prestará depoimento nesta sexta. Um dos objetivos é descobrir se a Igreja desconfiava do comportamento do religioso ao transferi-lo de cidade

Por Pâmela Oliveira, do Rio de Janeiro
28 fev 2013, 19h14

O arcebispo de Niterói, dom José Francisco Rezende Dias, será ouvido nesta sexta-feira no inquérito que investiga o padre Emilson Corrêa, acusado de pedofilia na paróquia Nossa Senhora do Rosário e São Benedito. O depoimento foi confirmado pelos advogados da arquidiocese e, segundo Marta Dominguez, titular da Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (DEAM), é fundamental para esclarecer três pontos na complexa história que envolve o religioso, uma criança de dez anos que conta ter sido molestada por ele em 2010, uma jovem de 19 anos, que afirma ter feito sexo oral nele aos 13, e uma adolescente de 15 anos, que admite ter tido um caso com Corrêa. O caso ainda envolve o pai de duas das meninas, indiciado por tentativa de extorsão.

“Quero saber a razão de o padre ter sido transferido da paróquia de Niterói para São Gonçalo. É importante saber se, naquela época, já se desconfiava de algo. A mãe das meninas diz que foi uma tentativa da igreja de esconder, de proteger o padre”, afirma a delegada ao site de VEJA. De acordo com Marta, o arcebispo ainda será questionado sobre os ganhos do padre. De acordo com a jovem de 19 anos, ele comprou duas motos, um carro e pagou a reforma da casa dela, avaliada em 12.000 reais.

Delegada Marta Dominguez convocou o arcebispo de NIterói para depor sobre padre pedófilo
Delegada Marta Dominguez convocou o arcebispo de NIterói para depor sobre padre pedófilo (VEJA)

Na complexa história, o pai das duas vítimas teria chantageado o padre, cobrando dinheiro ou uma casa para não divulgar um vídeo do padre fazendo sexo com a outra adolescente de 15 anos. O vídeo em questão foi gravado pela jovem de 19 anos, em novembro. Conforme a delegada, após confessar ao pai que mantinha relações sexuais com o Corrêa, a jovem foi orientada pelo pai a gravar o ato sexual com o religioso. Ela, então, convidou a amiga adolescente, que aceitou participar. As imagens mostram a jovem beijando o padre nu, na boca. Em seguida, a amiga de 15 anos e o padre fazem sexo. No fundo da imagem, é possível ver a reprodução do quadro A Última Ceia.

Continua após a publicidade

Dom José Francisco Rezende Dias prestará depoimento também sobre a tentativa de extorsão. “O arcebispo participou da conversa entre os pais e o padre Emilson, na Arquidiocese de Niterói. Eu acredito que o depoimento dele seja isento. E é fundamental para ajudar a esclarecer se o pai chantageou o padre, ameaçando divulgar o vídeo caso não recebesse dinheiro”, destaca a delegada, que pretende concluir o inquérito ainda nesta sexta-feira.

Marta diz que a mãe da jovem de 19 anos afirmou nunca ter desconfiado do padre, porque acreditava que havia um amor paterno. “A mãe dela me disse que um dia perguntou ao padre a razão dos presentes. Segundo a mãe, o padre disse: ‘Eu tenho sua filha como minha filha’. Ele disse que sentia um amor de pai”, conta a delegada, que afirma não ter notado no religioso sinais de arrependimento. “O padre nega ter molestado a criança e só admite ter feito sexo com a jovem de 19 anos desde 2012, ou seja, quando ela se tornou maior.”

LEIA TAMBÉM:

Pai é indiciado por extorquir padre acusado de molestar suas filhas

No Rio, padre é indiciado por abusar de duas menores

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.