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Apresentadora diz que ‘índio original’ tem de morrer de malária

Para criticar samba da Imperatriz Leopoldinense, jornalista diz que indígenas não podem ter tecnologia, carros, ‘comer de geladeira’ e usar remédios

Por Da Redação
Atualizado em 12 jan 2017, 21h30 - Publicado em 12 jan 2017, 14h40

A jornalista Fabélia Oliveira, apresentadora do programa “Sucesso do Campo, exibido pela Rede Goiás, afiliada da TV Record no Estado, atacou os índios da região ao criticar no último domingo o samba-enredo da escola carioca Imperatriz Leopoldinense que trata dos problemas enfrentados pelos indígenas do Xingu.

O samba, intitulado “Xingu, O Clamor que Vem da Floresta”, critica o agronegócio e a usina hidrelétrica de Belo Monte. Ela disse que os compositores “mancharam a sua história e lê um trecho da música – “andar onde ninguém andou / chegar onde ninguém chegou / lembrar a coragem e o amor dos irmãos e outros heróis guardiões / aventuras de fé e paixão / o sonho de integrar uma nação” – e afirma: “Os versos estariam perfeitos para descrever o homem do campo, o pecuarista, não para descrever os índios”.

Ela cita cada um dos compositores –  Moisés Santiago, Adriano Ganso, Jorge do Finge e Aldir Senna – e diz que  o “malandro carioca”, com sua cultura urbana, não tem condição de entender a questão do campo e dos índios. “Que conhecimento o tradicional malandro carioca tem para falar do homem do campo, para falar do índio, da floresta, para dizer que está certo ou errado e para dizer que alguém pede socorro”.

Segundo ela, os compositores afirmam que os índios estão pedindo socorro sem conhecer a realidade. “Eles (sambistas) falam que a floresta está pedindo socorro, mas (os índios) não abrem mão da tecnologia do dia a dia, eles não abrem mão do veículo que eles andam”, disse. “”Ah, mas o Xingu está pedindo socorro, por quê? Alguém foi lá? Alguma coisa contra os índios? Não. Eles (índios) querem preservar a cultura e estão corretos, sou a favor dessa preservação se for o índio original, agora deixar a mata preservada para comer comida de geladeira não é cultura indígena, não”, continuou.

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Depois, defendeu que, se os índios querem preservar a cultura, devem abrir mão de tecnologia, dos veículos que usam, de remédios e da geladeira. “A minha opinião pode chocar muitos brasileiros. Eu sinto muito. Se ele (índio) quer preservar a cultura, não pode ter acesso à tecnologia que nós temos. Ele não pode comer de geladeira, tomar banho de chuveiro e tomar remédios químicos. Porque há um controle populacional natural. Ele vai ter que morrer de malária, de tétano, do parto. É a natureza. Se quer lá, ele vai comer, ele vai tratar da medicina do pajé, do cacique, que eles tinham antigamente, aí justifica”.

Além de criticar a aculturação dos índios, ela defendeu os agricultores, a quem chamou de “heróis”. “Já passei em aldeias indígenas que tivemos que pagar o maior pedágio, que era cinco vezes superior ao tradicional e com estradas horríveis, e estava lá o índio de óculos de sol ray-ban, aparelho nos dentes, antena parabólica e caminhonete. Isso não é heroísmo, heroísmo é o produtor que trabalha sol a sol dia a dia”.

A Rede Goiás não se pronunciou sobre o caso, pois o programa é terceirizado e “as opiniões são de responsabilidade dos idealizadores”.

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Veja o trecho do programa em que a apresentadora trata sobre o tema.

 

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(Com Estadão Conteúdo)

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