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Após novo escândalo, Agnelo demite diretor da Polícia Civil

Onofre de Moraes aparece em vídeo dizendo que governador ainda seria preso pela Polícia Federal. VEJA mostrou tentativa de cooptação de testemunha

Por Gabriel Castro e Bruno Huberman
Atualizado em 10 dez 2018, 10h54 - Publicado em 2 fev 2012, 17h26

Parecia impossível. Mas o governador do Distrito Federal, o petista Agnelo Queiroz, conseguiu se enrolar ainda mais. O mais novo escândalo terminou com a queda do diretor da Polícia Civil, Onofre de Moraes. A demissão foi anunciada na tarde desta quinta-feira. Em imagens divulgadas na internet, Moraes aparece fazendo declarações que comprometem o governador. O vídeo foi divulgado pelo jornalista Edson Sombra – o mais próximo aliado de Durval Barbosa, que delatou o esquema de corrupção nas gestões de Joaquim Roriz e José Roberto Arruda. Assista aos principais trechos da fala de Moraes.

“Quando o seu governador [Agnelo Queiroz] estiver saindo num camburão da Polícia Federal e eu estiver aposentado eu só vou falar: ‘Pega a diretora para tirar ele [da cadeia]’”, afirma o delegado Onofre de Moraes a Sombra, diante de três testemunhas. O vídeo foi feito em junho, antes que Onofre assumisse o comando da Polícia Civil. Na época, ele criticava a então ocupante do cargo, Mailine Alvarenga.

Em outro trecho, Onofre afirma que a lista de denúncias contra Agnelo vai motivar a renúncia do governador: “Vai um bandido preso na DP e diz: ‘Aquele delegado é um corrupto porque me tomou isso e me tomou aquilo’. Aí o juiz, primeiro, não vai acreditar. Aí vem o segundo bandido, o terceiro. Aí o juiz vai dizer: ‘Ele é bandido mesmo’. É o que vai acontecer com o Agnelo. Vem o primeiro processo, Polícia Federal, Ministério Público, um processo, outro, outro. Sabe o fim dele qual é? Renúncia”. As afirmações dão força à tese de que a nomeação de Onofre para o comando da Polícia Civil, em novembro, foi uma espécie de cala-boca para o delegado.

Cooptação – A nova briga teve início quando VEJA mostrou, na edição desta semana, que Agnelo havia tido acesso privilegiado ao material da operação Caixa de Pandora, que levou Arruda à prisão e facilitou a eleição do petista em 2010. Durval acusa Onofre de tentar comprar o silêncio de Edson Sombra com 150 000 reais.

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Em entrevista ao jornal Correio Braziliense, o diretor da Polícia Civil atacou duramente Sombra e negou as afirmações. O jornalista não deixou por menos: divulgou um vídeo em que Onofre faz considerações nada abonadoras sobre o governador. As imagens foram gravadas na casa de Sombra.

O vídeo é mais uma evidência de que, em vez de desmontar os nebulosos esquemas montados em gestões anteriores no governo local, o grupo de Agnelo Queiroz apenas incorporou a estrutura herdada.

A demissão de Onofre de Moraes não deve encerrar a nova crise. Agnelo, que já causou revolta na corporação ao exonerar 51 delegados de uma só vez, corre o risco de enfrentar um novo motim da corporação, que ainda sofre forte influência do grupo político do ex-governador Joaquim Roriz.

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Onofre de Moraes havia sido alçado à diretoria da Polícia Civil justamente após as demissões em massa. O policial militar João Dias, pivô do escândalo no Ministério do Esporte, acusa o delegado de ter acobertado um confronto que começou como uma disputa por espaço no governo e quase terminou em tiroteio. O caso foi relatado em um depoimento do soldado à Polícia Militar, revelado pelo site de VEJA em dezembro.

Abaixo, o vídeo em que Onofre de Moraes fala sobre o governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz. Moraes é o homem que aparece à direita do vídeo, de terno verde.

https://www.youtube.com/watch?v=fe5qx10e8Mc

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