Após mais de 20h, rebelião acaba em presídio no interior
Dois detentos morreram e 68 visitantes foram feitos reféns; segundo a PM, presidiários pediam ampliação do horário de visitas e celulares
Após mais de 20 horas, chegou ao fim às 8h20 desta segunda-feira a rebelião na penitenciária Dr. Antonio de Queiroz Filho, em Itirapina, a 212 quilômetros de São Paulo. Os 68 visitantes que foram feitos reféns foram liberados e o Batalhão de Choque da Polícia Militar entrou no presídio para revista geral e recolhimento dos presos às celas, segundo a Secretaria de Administração Penitenciária do estado de São Paulo (SAP).
A rebelião começou às 11 horas de domingo, quando uma mulher que visitava o marido foi barrada na revista que ocorre na portaria. O detento reclamou e deu início à confusão. Os presos então impediram os visitantes de deixarem a penitenciária. De acordo com a SAP, dois detentos morreram. Um deles, segundo uma mulher mantida refém e liberada para falar com a imprensa, foi degolado.
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Ela afirmou que viu um dos detentos carregando a cabeça de outro para mostrar ao diretor da prisão. Ao confirmar a morte dos dois presos, a secretaria, no entanto, não informou a circunstância das mortes.
De acordo com a PM, os presidiários exigiam a ampliação em uma hora do tempo de visita, que termina às 15 horas, além de celulares. A SAP não informou se as reivindicações foram atendidas para o fim do motim.
Com capacidade para 210 presos, a penitenciária de Itirapina abriga atualmente 692 detentos no regime fechado. Segundo a secretaria, a rebelião no presídio é a primeira registrada este ano no estado de São Paulo.