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Após 56 mortes, governo do AM diz não ter cogitado invasão

Segundo o secretário de Segurança Pública do Amazonas, Sérgio Fontes, as consequências se tornariam imprevisíveis

Por Da Redação
Atualizado em 2 jan 2017, 21h57 - Publicado em 2 jan 2017, 12h58

O secretário de Segurança Pública do Amazonas, Sérgio Fontes, afirmou na manhã desta segunda-feira que a gestão da rebelião que terminou com pelo menos 56 mortos* em Manaus “foi a única possível”. Ele lamentou o número elevado de mortes, mas disse que “muitas vidas foram poupadas”.

A rebelião no Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj), em Manaus, iniciada neste domingo, durou mais de dezessete horas e deixou ao menos 60 presos mortos, segundo informações do governo do Amazonas. Muitos dos detentos foram decapitados e esquartejados. A situação foi contornada na manhã desta segunda-feira. O número de mortos, porém, já configura a maior matança em presídios do país desde o massacre do Carandiru.

“A invasão do presídio não era viável. As consequências seriam imprevisíveis”, disse ele. Segundo o secretário, a postura de negociação fez com que muitos tivessem “as suas vidas preservadas”. Além dos doze funcionários, outros 74 presos foram feitos reféns, vários deles amarrados nas grades.

O governo do Amazonas vai alugar um contêiner frigorífico para que os corpos possam ser preservados até a necrópsia. “Vamos tentar fazer o trabalho da maneira mais rápida possível para que possamos entregá-los para as respectivas famílias”, afirmou Fontes.

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Ele disse que durante a tarde terá uma reunião com o governador José Melo de Oliveira (Pros) para definir a estratégia a ser tomada após a rebelião. Mais cedo, o governador falou por telefone com o ministro da Justiça, Alexandre de Moraes.

O Ministério da Justiça ofereceu vagas para eventuais transferências para presídios federais e o envio da Força Nacional de Segurança ao Estado. O governador disse que vai utilizar os mais de 44 milhões de reais que o Fundo Penitenciário Nacional enviou ao Fundo Penitenciário do Amazonas na última quinta-feira.

O secretário confirmou que pelo menos 87 presos fugiram do Instituto Penal Antônio Trindade (Ipat). No Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj), o número ainda é desconhecido. Será feita uma contagem nesta tarde para saber quantos detentos conseguiram escapar.

Facções

Os presídios estão localizados no quilômetro 8 da BR 174 (que liga Manaus a Boa Vista) e foram tomados por bandidos que integram a Família do Norte (FDN), a maior facção na Região Norte do país. Cerca de 300 detentos teriam conseguido fugir e, até o fim da noite, quinze haviam sido recapturados.

Dentro das cadeias, no entanto, a FDN iniciou o ataque aos rivais do Primeiro Comando da Capital (PCC). Em outubro, pelo menos 25 morreram em rebeliões em Rondônia, Roraima e Acre nesta disputa de controle. A guerra foi um dos motivos que fizeram o PCC paulista (maior facção do país) rachar com o Comando Vermelho, que se aliou à FDN.

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Em vídeos que circulam entre policiais, há uma cena em que detentos enfileiram cinco cabeças decapitadas e e as identificam por nomes que seriam membros do PCC. Houve confronto com a PM quando policiais tentaram retomar o controle do Compaj. Uma dezena de funcionários foi feita refém. Todos foram liberados na manhã esta segunda-feira.

Matanças

O número de mortes no presídio de Manaus já é o maior em presídios do país desde o massacre do Carandiru, em 1992, em São Paulo, quando uma ação policial deixou 111 presos mortos na casa de detenção. Desde então, há outras tragédias no sistema carcerário nacional, como a rebelião em 2004 na Casa de Custódia do RJ, quando morreram 31 pessoas e o motim no presídio de Urso branco (RO), que deixou 27 mortos em 2002. Houve ainda a rebelião no Complexo Penitenciário de Pedrinhas (MA) em 2010, com 18 mortos.

*A Secretaria de Segurança Pública do Amazonas divulgou uma revisão no início da noite desta segunda do número total de mortos no massacre do presídio em Manaus. Segundo o órgão, foram 56 mortes, e não 60, como havia sido informado no final da manhã.

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