Apenas 43,5% dos brasileiros têm acesso a redes de esgoto. É o que mostra o levantamento Benefícios econômicos da expansão do saneamento básico, divulgado nesta terça-feira pelo Instituto Trata Brasil e pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). Ainda de acordo com a pesquisa, anualmente, 217.000 trabalhadores precisam se afastar de duas funções por problemas gastrointestinais ligados à falta de saneamento.
O estudo mostra, ainda, que a produção de um trabalhador com acesso a redes de esgoto chega a ser 13,3% maior, o que proporciona a ele a oportunidade de aumentar sua renda na mesma proporção. A estimativa é que a massa de salários, que atualmente gira em torno de 1,1 trilhão de reais, se eleve em 3,8%, provocando um aumento na renda de 41,5 bilhões de reais por ano.
A cada afastamento são perdidas 17 horas de trabalho, em média. A probabilidade de uma pessoa com acesso à rede de esgoto faltar às suas atividades por diarreia é 19,2% menor que uma pessoa que não tem acesso a saneamento básico. Considerando o valor médio da hora de trabalho no país de 5,70 reais e os afastamentos provocados apenas pela falta de saneamento básico, os custos chegam a 238 milhões de reais por ano em horas pagas e não trabalhadas.
De acordo com o banco de dados do Sistema Único de Saúde (Datasus), dos 462.000 pacientes internados por infecções gastrointestinais, 2.101 morreram no hospital em 2009. “Com a universalização do acesso à rede esgoto teríamos uma economia de 745 milhões de reais em internações ao longo dos anos. Com o acesso universal ao saneamento, haveria uma redução de 25% no número de internações e de 65% na mortalidade, ou seja, 1.277 vidas teriam sido salvas”, afirma Fernando Garcia, coordenador da pesquisa da FGV.
(Com Agência Estado)