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Amante de Matsunaga muda depoimento para tentar participar da herança

Assessorada por advogado do PCC, a garota de programa Natália sustenta que tinha um relacionamento estável com o empresário

Por Valmar Hupsel Filho
20 jun 2012, 15h30

Natália Vila Real Lima, a morena de 23 anos flagrada pela câmera de um detetitve particular com o empresário Marcos Kitano Matsunaga, 42 anos, na véspera de ser assassinado pela mulher, Elize Araújo Matsunaga, 30 anos, resolveu mudar o teor do depoimento prestado no último dia 15 à polícia. Se conseguir comprovar a nova versão, ela pode tentar ficar com parte da herança do empresário.

O advogado de Natália, Roberto Parentoni, o mesmo que representa o criminoso Marcola, apontado como chefão da organização criminosa Primeiro Comando da Capital, o PCC, protocola hoje um aditamento em que ela diz que mantinha um relacionamento estável com Marcos havia mais de um ano e não uma relação cliente-acompanhante, como havia dito em seu primeiro depoimento.

Em sua nova versão, Natália confirma que anunciava seus serviços de acompanhante de luxo no site MClass, mas dá uma nova versão para o momento e as circunstâncias em que encontrou o diretor-executivo da empresa de alimentos Yoki pela primeira vez. Ela agora diz que não anunciava mais no site quando conheceu Marcos Matsunaga em um evento em que trabalhava como modelo. Parentoni não soube dizer em que evento se deu o encontro nem precisar a data. “Foi há mais ou menos um ano”, desconversou.

À polícia, Natália havia dito que, por meio do site de acompanhantes em que anunciava seus serviços com o codinome Lara, recebeu uma ligação de Marcos e o primeiro encontro se deu no dia 13 de fevereiro deste ano. A partir daí, segundo o primeiro depoimento, teria passado a se encontrar com o cliente pelo menos uma vez por semana no flat em que ela morava. Ela disse ainda que, a partir de março, passaram a se encontrar duas vezes por semana – e que recebia pelos serviços uma quantia de 4 mil reais por mês.

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A acompanhante contou, também em seu primeiro depoimento, que havia feito duas viagens em companhia de Matsunaga e que a frequência dos encontros cresceu, a ponto de ela não conseguir atender outros clientes. Segundo Natália, o empresário então teria pedido a ela que parasse de atender como prostituta. Para tanto, ele lhe pagaria, a partir de maio, uma quantia de 27 mil reais por mês para que ela tirasse o anúncio do site e se fosse sua amante exclusiva. Ela confirmou que recebeu o primeiro pagamento e também que ganhou de presente uma caminhonete Mitsubishi Pajero TR-4 blindada.

“Marcos deu a ela os 27 mil reais porque eles estavam montando apartamento para morar”, argumenta agora o advogado de Natália. Ele sustenta que Marcos já estava separado de fato de Elize quando conheceu Natália. Parentoni tenta provar que Natália e Marcos tinham uma relação de afeto em vez de profissional. “Ela gostava dele”, disse. O advogado nega que a intenção de mudar o discurso seja o interesse em participar da partilha dos bens deixados por Marcos, mas também não descarta essa possibilidade. “Se ela conseguir provar que tinha uma união estável, ela tem direito sim”, disse.

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