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Alckmin reforça tema da segurança, mas sofre críticas de polícias

Governador aproveita intervenção no Rio para falar da redução de homicídios em SP; policiais civis e militares, entretanto, reclamam de salários

Por Da Redação Atualizado em 6 mar 2018, 09h05 - Publicado em 6 mar 2018, 08h57

A intervenção anunciada pelo presidente Michel Temer na segurança do Rio levou o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), a eleger o tema como foco de sua campanha ao Planalto nas eleições de 2018. A medida antecipou um discurso que já estava pronto para a eleição.

“Eu vou puxar o debate da segurança pública. Esse é o problema no Brasil do Oiapoque ao Chuí. O combate ao crime é permanente”, disse nesta segunda-feira (5) o tucano em Nova Lima, na região metropolitana de Belo Horizonte, durante palestra para empresários e políticos.

Com este discurso, Alckmin procura disputar com Temer e o deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ), também pré-candidato, pelo protagonismo no tema da segurança pública. A bandeira é vista ainda como uma boa estratégia para projetar o nome do governador paulista no Nordeste, onde a escalada da violência transformou Sergipe, Rio Grande do Norte e Alagoas nos Estados mais perigosos do país, com taxas de homicídios entre 55 e 64 para cada 100 mil habitantes.

A intervenção também precipitou a produção de uma propaganda institucional do governo do Estado, que passou a ser veiculada na TV no sábado. O entorno do governador paulista justifica a campanha na TV e no rádio como uma necessidade para “tranquilizar” a população do Estado sobre a realidade “diferente do Rio”.

Apesar de oestado reunir bons resultados nas estatísticas de crimes violentos (como a redução da taxa de homicídios em São Paulo à menor do país), os números dos chamados crimes contra o patrimônio se mantêm numa taxa elevada e os salários dos policiais militares estão entre os mais baixos do país, o que revela uma realidade menos positiva do que a que o governo procura veicular.

Desde o ano passado, o tucano carrega com ele um quadro que compara as médias paulista e nacional referentes à taxa de assassinatos. Segundo a gestão Alckmin, ambas estavam na casa de 30 casos para cada grupo de 100 mil habitantes em 2003. Hoje, pelos dados do governo, o Estado registra 7,5 homicídios para cada 100 mil pessoas, enquanto o restante do país mantém o nível de 15 anos atrás.

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Críticas

Sem conceder aumento a policiais há quase quatro anos, o governador Alckmin enfrenta o descontentamento das duas corporações (Civil e a Militar) e críticas de deputados da base aliada ligados à chamada “bancada da bala” na Assembleia Legislativa. Para tentar contornar a crise interna, Alckmin enviou à Casa no início deste ano um projeto de lei que propõe reajuste de 4%, o que, na prática, complicou ainda mais a relação com a bancada, que reúne três dos cinco parlamentares mais votados em 2014.

Tucanos como o ex-presidente da Assembleia Fernando Capez e o Coronel Telhada negociam deixar o PSDB. O primeiro conversa com o PSB, partido do vice-governador Márcio França, que deve assumir o governo em abril, e o segundo vai se filiar ao PP no dia 17.

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“A condução da segurança pública pelos governos do PSDB é desastrosa. O governador não sabe valorizar os policiais, aliás, todo o funcionalismo. É por isso que estou saindo do partido, não vou mais insistir”, afirmou Telhada, quinto mais votado da Assembleia. O convite para o coronel trocar o PSDB pelo PP foi feito pelo delegado Olim, que exige ao menos 7% de aumento.

O deputado classificou como “ridículo” o valor do salário pago ao policial de São Paulo. “A sorte do governador é que a polícia paulista é muito boa, trabalha direito, não faz greve. Mas daí a dizer que está tudo uma maravilha é forçar a barra”, disse. O salário inicial de um PM de São Paulo é inferior a três mil reais, um dos mais baixos do país.

Coronel Camilo (PSD), que chefiou a Polícia Militar entre 2009 e 2012, também compõe o grupo dos insatisfeitos, mas ponderou que nem tudo é ruim. “Na minha avaliação, o governador fez uma boa gestão. Investiu em tecnologia e armamento, não contingenciou recursos, ampliou as bases militares no Estado, baixou os índices de criminalidade. Mas deixou a desejar no item mais importante: o policial. Além de não reajustar os salários, diminuiu o efetivo”, afirmou.

Às vésperas do início da campanha eleitoral, o Sindicato dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo (Sindpesp) iniciou um movimento contra o governador: outdoors foram espalhados por cinco rodovias que dão acesso à capital questionando as políticas do tucano. O foco das críticas também é o valor dos salários pagos à categoria no Estado.]

(com Estadão Conteúdo)

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