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Agravamento das inundações coloca capital da Tailândia em alerta

Por Da Redação
29 out 2011, 08h29

Miguel F. Rovira.

Bangcoc, 29 out (EFE). – As inundações se estendem neste sábado por Bangcoc poucas horas do início da maré alta no golfo da Tailândia, fenômeno que vai colocar à prova a resistência dos diques diante do alerta emitido pelas autoridades por causa da previsão de tromba d’água.

A maior parte dos bairros do centro velho que fica às margens do rio Chao Phraya amanheceu com um metro de água, contaram os moradores da região, chamada Thomburi e que abriga o Grande Palácio Real entre outros simbólicos prédios tailandeses frequentados agora somente pelos poucos turistas no país asiático.

Além dos bairros ao leste, o nível de água subiu em áreas ao norte da cidade, superando os diques que tentavam conter o líquido caudaloso que desceu de 28 províncias do planalto central.

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Diante do aumento do nível de água ao norte de Bangcoc, o governador da capital, Sukhumbhand Paribatra, ordenou a remoção do distrito de Tawi Wattana, com população estimada de 40 mil moradores, embora grande parte deles tenha decidido ficar e buscar proteção nos pontos mais elevados.

Dos 50 bairros da capital até o momento quatro estão totalmente vazios e em alguns, como o de Sai Mai, o aspecto é de uma cidade fantasma. O único sinal de vida é dado por cachorros que ficaram para atrás.

Outros 60 mil moradores do bairro de Talad Thai, no subúrbio da capital e onde fica o maior mercado de produtos agrícolas, receberam ordem de saída imediata.

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Como em dias anteriores, persiste a divergência entre as versões das autoridades locais e o Governo central. A primeira-ministra, Yingluck Shinawatra, que nesta semana advertiu que as inundações em partes de Bangcoc durariam até um mês, declarou que com a redução da pressão do fluxo d’água ao norte da metrópole o cenário poderia se reverter mais rapidamente e situação se recompor em prazo menor.

‘Se a situação evoluir como está agora, acreditamos que as inundações em Bangcoc vão diminuir no início de novembro’, apontou a chefe de Governo em mensagem transmitida pela rádio estatal.

A versão da primeira-ministra serviu de pouco para atenuar o temor e a inquietação entre os habitantes que decidiram ficar na cidade apesar dos cinco dias de feriado emergencial decretado pelo Governo. Conforme fontes oficiais, diante do panorama incerto para os moradores da capital o ‘feriado’ pode ser estendido.

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As autoridades aconselharam os habitantes a se preparar para o pior antes do início da maré alta no golfo da Tailândia, um fenômeno que para os analistas pode levar ao transbordamento do rio que serpenteia a cidade, e em consequência, muitos dos bairros ficarem totalmente debaixo d’água.

‘A pressão da água vai ser extrema quando a maré alta começar, o que pode causar a ruptura de diques’, alertou a Cruz Vermelha Tailandesa aos seus voluntários.

O cenário incerto motivou os que ainda estavam na cidade a abandonar a capital a exemplo daqueles que dias atrás fizeram o mesmo. A grande a escassez de alimentos básicos e de água potável contribui para o aumento da preocupação.

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Perto do aeroporto de Don Mueang, fechado nesta semana e a partir do qual operam as companhias aéreas de baixo custo, dezenas de moradores cansados de ver suas casas sendo submersas dia após dia, destruíram os diques de contenção próximos com a intenção de fazer a água escoar do bairro.

A empresa pública de abastecimento de água anunciou que reduzirá o fornecimento pela metade e em alguns bairros a apenas 6h por dia, medidas justificadas pelo aumento da contaminação dos açudes de captação.

Por causa da interrupção de estradas, das rotas de distribuição e do fechamento de milhares de empresas, está cada dia mais difícil comprar alimentos, de ovos a carnes, e até mesmo conseguir dinheiro em espécie nos caixas automáticos dos bancos, que suspenderam em conjunto o atendimento em cerca de 500 de filiais.

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Apesar de todas essas adversidades ainda se vê turistas no centro de Bangcoc fotografando-se em frente a monumentos alheios a difícil situação de milhares de tailandeses a poucos quilômetros de distância de onde estão.

Entre os moradores, quem fica procura se equipar com coletes salva-vidas e botes de fibra. Em áreas inundadas ao norte da metrópole, crianças e adultos desafiam às infecções e navegam em patrulhas armadas de caça aos crocodilos que escaparam de criatórios.

Governos de países como Espanha, Reino Unido e Alemanha aconselharam seus cidadãos a adiarem viagens para Bangcoc e outras regiões afetadas se as mesmas não forem essenciais.

As enchentes, consideradas as piores no país asiático em meio século, causaram ao menos 377 mortes e deixaram mais de 113 mil pessoas desabrigadas, parte está em abrigos improvisados.

O desastre, cujo custo econômico deve ultrapassar os US$ 6 bilhões, começou no fim de julho com o transbordamento de rios e pântanos do norte e na região central, por causa da chuva intermitente de monção e de três tempestades tropicais consecutivas.

O número de prejudicados supera os 2,5 milhões e ao menos 700 mil receberam atendimento médico por causa de infecções e doenças contraídas pelo contato e consumo de água contaminada. EFE

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