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Advogado tenta convencer rapaz que entregou rojão a aceitar delação premiada

Preso na manhã deste domingo, Fábio Raposo afirmou em depoimento que não conhece manifestante que atirou rojão, mas polícia não se convenceu

Por Da Redação
9 fev 2014, 13h37

A defesa de Fábio Raposo, 22 anos, preso na manhã deste domingo por uma suspeita de participação no lançamento de um rojão que feriu gravemente um cinegrafista da TV Bandeirantes durante os processos da última quinta-feira, tenta convencê-lo a aceitar a delação premiada. “Estamos conversando com o Fábio para convencê-lo ao instituto da delação premiada. Ele está um pouco relutante, mas vamos chegar a isso”, disse o advogado Jonas Tadeu Nunes, em entrevista a Rede Globo. Caso Raposo decida informar o nome do principal suspeito, que estava mascarado ao lançar o rojão, a Polícia Civil pode ganhar mais elementos para chegar à identidade de outros manifestantes que tentam se manter no anonimato para praticar atos de violência e de vandalismo durante protestos.

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Raposo foi preso na manhã deste domingo na casa de seus pais, localizada no Recreio dos Bandeirantes, zona oeste do Rio de Janeiro. A Polícia Civil abriu inquérito e o indiciou por tentativa de homicídio qualificado, uso de explosivo e crime de explosão. Na madrugada deste sábado, o suspeito já havia sido interrogado pela Polícia Civil e liberado. Após passar por cirurgia, o cinegrafista Santiago Andrade, de 49 anos, segue internado no Hospital Municipal Souza Aguiar, no centro do Rio. Por enquanto, o estado de saúde do cinegrafista é grave.

Ao chegar a 17ª delegacia de polícia, localizada no bairro de São Cristóvão, neste domingo, o advogado de Raposo informou que tenta revogar o mandado de prisão temporária, solicitado à Justiça pelo delegado responsável pelo caso e cumprido neste domingo. Em depoimento, o tatuador disse desconhecer o atirador do rojão, mas a polícia não se convenceu. “A versão do senhor Fábio é no mínimo fantasiosa. Ele está tentando se justificar pelo injustificável”, disse Fábio Pacífico, delegado da 17ª delegacia de polícia, que colheu depoimento. Se confirmados os crimes, o jovem pode pegar até 35 anos de prisão.

Embora tenha informado à imprensa os planos de convencer Raposo a informar à polícia quem lançou o rojão contra o cinegrafista, o advogado não confirmou se Raposo conhece o principal suspeito do crime. Em imagens gravadas por emissoras de TV durante os protestos, Raposo aparece de bermuda caminhando ao lado de um rapaz de cinza. O rapaz contou, em entrevista à Rede Globo, que viu uma pessoa derrubar um artefato no chão e pegou o rojão. Permaneceu com o objeto por alguns minutos, até que o rapaz de camiseta cinza, que Raposo diz desconhecer, o encontrou e pediu a bomba. Então o tatuador entregou o rojão, que foi aceso pelo suposto desconhecido e jogado contra o cinegrafista.

Segundo a polícia, o tatuador continua resistente a prestar informações sobre o rapaz de cinza que aparece no vídeo e outros possíveis envolvidos no lançamento do rojão. Raposo informou aos policiais que tem recebido ameaças por meio de telefonemas anônimos, que exigem que ele assuma a culpa pelo crime sozinho. A polícia vai investigar as supostas ameaças.

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Pichação – Numa parede do prédio onde mora Raposo estão pichadas as frases “black bloc” e “fuck the police”, segundo o delegado que investiga o caso. Policiais estiveram no apartamento do suspeito na manhã deste domingo, após sua prisão. Segundo a polícia, os vizinhos atribuem as pichações a Raposo.

A entrada dos policiais no apartamento teve o objetivo de procurar objetos que indicassem a ligação de Raposo com alguma organização ou movimento social. A Polícia Civil apreendeu três telefones celulares, a memória de seu computador e as roupas que ele usava no protesto. A polícia vai pedir a quebra de sigilo dos aparelhos.

Segundo o delegado, caso Raposo integre alguma organização e fique provado que já praticou atos em conjunto com esse grupo, pode ser enquadrado também pelo crime de organização criminosa. O suspeito desativou seu perfil no Facebook antes de sua prisão, mas uma equipe especializada da Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática (DRCI) tenta obter acesso às informações compartilhadas pelo suspeito por meio da rede social.

Aumento da tarifa – Uma nova onda de convocação de protestos no Rio começou na última quinta-feira após a publicação de um decreto no Diário Oficial, que eleva a tarifa dos ônibus municipais do Rio de 2,75 reais para 3 reais, a partir de 8 de fevereiro. Paes assinou o decreto com base em uma decisão do Tribunal de Contas do Município (TCM), que considerou legal o reajuste. O aumento é de 9,09% em relação ao valor atual da tarifa no município.

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O prefeito do Rio, Eduardo Paes, tentou oferecer uma compensação, obrigando as empresas a ter 100% da frota com ar-condicionado até o final de 2016. Por meio do decreto, a prefeitura também criou o passe livre para estudantes universitários e ampliou o benefício para os estudantes do ensino Fundamental e Médio da rede pública. As medidas, no entanto, não conseguiram conter manifestações em toda a cidade.

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