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Administradora de empresas fez plantas de reforma de dois andares do Edifício Liberdade

Representantes da TO admitem série de irregularidades nas obras. No 3º e 9º andares, intervenções começaram sem laudo técnico

Por Cecília Ritto, João Marcello Erthal e Rafael Lemos
27 jan 2012, 19h15

A empresa TO-Tecnologia Organizacional admitiu, nesta sexta-feira, que infringiu uma série de normas ao fazer reformas nos 3º e 9º andares do edifício Liberdade. As obras começaram sem a apresentação de uma planta ou de um laudo técnico assinado por um arquiteto ou engenheiro. Segundo representantes da TO, o síndico autorizou a intervenção nessas condições. A planta inicial foi feita por uma administradora, chamada Cristiane Azevedo, que cuidava das obras da empresa. Cristiane chegou a fazer um curso de “auxiliar de construção de plantas”, segundo informaram o advogado da TO, Jorge Willian, e Sérgio Alves, um dos sócios-diretores da TO.

A empresa tem seis andares do prédio, sendo dois próprios e quatro alugados. A reforma do 9º andar era a sexta de uma série de outras realizadas nos pavimentos pertencentes à TO. Todas as obras dos outros andares, com exceção do 9º e do 3 º, tiveram a planta feita por uma mesma arquiteta, segundo informou Alves. Cristiane copiou a planta do 4º andar, que também pertence à empresa, para que a obra do 9° fosse autorizada pelo síndico. O curso feito pela administradora era de desenho técnico e, por isso, o síndico pediu que fosse entregue um laudo posteriormente.

Como a obra do 9º andar começou há oito dias, esse documento não havia sido entregue até o desabamento. O engenheiro Paulo Sérgio Brasil foi contratado pela empresa para fazer o laudo, mas, segundo Alves, a mãe dele passou mal pouco antes de as reformas começarem. O síndico, na versão do advogado e do diretor, deu o sinal verde para que a obra tivesse inicio mesmo assim. Em uma semana de reforma, o banheiro foi mudado de lugar. Ele ficava no centro do pavimento e foi colocado no canto esquerdo, seguindo o padrão do térreo ao 8º andar. Três paredes de tijolos foram retiradas nesse tempo.

O síndico do Edifício Liberdade, Paulo Renha, prestou depoimento na 5ª DP (Mem de Sá) na tarde desta sexta-feira. Acompanhado de seu advogado, Eduardo de Moraes, ele apresentou ao delegado Alcides Alves Pereira três documentos. O primeiro, é um pedido de informações feito em novembro, cobrando explicações sobre a obra no 3º andar. O segundo, é a resposta a esse pedido. E, o terceiro, um pedido sobre as obras no 9º andar – para o qual não foi apresentada resposta.

O Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura (CREA-RJ) pretende chamar o engenheiro apontado como responsável pelas obras da TO para prestar esclarecimentos. Entre as explicações, está a da falta de Anotação de Responsabilidade Técnica (ART) para as obras no Edifício Liberdade.

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Intervenções – A obra do 3º pavimento começou há cinco meses e estava em fase final. Segundo Alves, só restava colocar carpete e os móveis. A reforma era para adequar o espaço às necessidades da empresa. Foi feito o cabeamento de rede, revisão elétrica, troca de piso. O banheiro e a cozinha foram trocados de posição. O sócio-diretor alega que o síndico nunca pediu a Anotação de Responsabilidade Técnica (ART).

O advogado disse que as reformas realizadas não exigiam a ART ou documentação por serem ligadas a mudanças internas. “Os banheiros não têm sustentabilidade (sic). Os pilares do prédio são externos. O Paulo (engenheiro) esclareceu que as paredes do banheiro só serviam como divisória de ambiente”, afirmou Willians.

O represnetante da TO está errado. Reformas internas não precisam de autorização da prefeitura. Mas a ART é um documento necessário, que deve ser providenciado para formalizar a relação entre o profissional responsável pela obra (engenheiro ou arquiteto) e o contratante.

Todos os seis andares da TO eram vãos livres, sem estruturas que separassem o espaço. Quatro dos pavimentos foram adquiridos pela empresa já nesse formato. Outros dois foram convertidos. No 10º andar, há aproximadamente um ano, foi aberta uma janela a mais, sem a licença para a obra, que é obrigatória nesse caso. A TO, chamada anteriormente de Smart Solutions, existe há 15 anos e estava há cerca de 13 naquele edifício. Dos seus 60 funcionários, 11 desapareceram nos escombros.

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