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Acusação que atinge tucanos foi passada à PF pelo ministro da Justiça

Texto atribuído a ex-diretor da Siemens aponta envolvimento de secretários do governo paulista com cartel do metrô

Por Alana Rizzo
22 nov 2013, 17h19

(Atualizada às 21h20)

O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, admitiu hoje a VEJA, por meio de sua assessoria, que foi ele quem repassou à Polícia Federal o depoimento atribuído a um ex-executivo da Siemens que acusa a cúpula do PSDB em São Paulo de envolvimento com o cartel que operava em licitações de trens e metrô no estado. A informação desmente a versão da PF, subordinada ao Ministério da Justiça, que até então atribuía a origem do documento ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica, o Cade. Revelado na quinta-feira, o depoimento envolveu pela primeira vez políticos da cúpula do PSDB nesse caso.

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No documento, supostamente elaborado pelo ex-executivo da Siemens Everton Rheinheimer, que trabalhou na empresa por 22 anos até 2007, o autor diz ter provas do envolvimento dos políticos, sem no entanto apresentá-las. “Tenho em meu poder uma série de documentos (originais) que provam a existência de um forte esquema de corrupção no estado de São Paulo durante os governos [Mário] Covas,[Geraldo] Alckmin e [José] Serra e que tinha como objetivo principal o abastecimento do caixa dois do PSDB e do DEM”, disse. Em troca das informações, Rheinheimer teria pedido ao destinatário do texto um cargo na direção da Vale.

“O acordo que proponho a seguir não tem nenhum risco, mas envolve minha indicação para uma diretoria-executiva da Vale no médio prazo”, diz o ex-executivo. Como é sabido, nem o Cade nem a Polícia Federal e nem Ministério Público têm o poder de fazer nomeações para a mineradora. Essa prerrogativa é dos acionistas da ex-estatal, incluindo o governo federal – que detém 5% das suas ações – e representantes do partido do governo com influência na empresa.

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O documento envolve quatro secretários do governo do Estado de São Paulo, três do PSDB – Edson Aparecido (Casa Civil), Jurandir Fernandes (Transportes Metropolitanos) e José Aníbal (Energia) e um do DEM, Rodrigo Garcia (Desenvolvimento Econômico), além do senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB) e do deputado Arnaldo Jardim (PPS). Todos negam as informações.

A VEJA, a assessoria do ministro informou que ele costuma receber denúncias e encaminhá-las aos órgãos responsáveis. Não explicou, no entanto, por que ele passou a semana inteira em silêncio enquanto se discutia a origem do documento, atribuída ao Cade. Cardozo admitiu que foi ele quem passou o depoimento à Polícia Federal depois de questionado pela reportagem da revista.

Às 19h40 desta sexta, Everton Rheinheimer divulgou nota na qual afirma que o texto atribuído a ele é “anônimo” e que nunca encaminhou o documento à PF nem ao Cade.

Às 21h desta sexta-feira, o ministro divulgou nota na qual afirma que recebeu o documento do deputado estadual Simão Pedro (PT-SP), atual secretário de Serviços da prefeitura de São Paulo.

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