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A viagem da Coronavac: quatro dias de voo, escolta pesada e pose para foto

Chegada ao Brasil da primeira vacina contra a Covid-19, que ainda precisa ter sua eficácia comprovada, ocorre em um momento de alta de casos e mortes

Por Eduardo Gonçalves Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 19 nov 2020, 20h13 - Publicado em 19 nov 2020, 20h10

Demorou quatro dias para as primeiras doses da Coronavac chegarem ao Brasil na manhã desta quinta-feira, 19. Vinda do outro lado do globo, os lotes com 120.000 doses da vacina contra a Covid-19 saíram de Xangai, na China, a bordo de um avião comercial na segunda-feira, 16, fizeram escala em Istambul (Turquia) e Miami (EUA), até serem desembarcados no aeroporto de Guarulhos, em São Paulo.

“Estas são as primeiras vacinas contra a Covid-19 que chegam na América Latina”, celebrou o governador de São Paulo, João Doria (PSDB). O presidente do Instituto Butantan, Dimas Covas, acrescentou em tom emocional: “Deu enorme orgulho de ver as vacinas tocarem o solo brasileiro”. O imunizante contra a Covid-19 é produzido pelo laboratório chinês Sinovac em parceria com o Butantan.

Como aconteceu com outros anúncios envolvendo a vacina, o governador preparou uma ação de marketing para receber a primeira remessa da Coronavac, que virou alvo de críticas do presidente Jair Bolsonaro e grupos radicais ligados ao bolsonarismo nas últimas semanas. Ao lado de um cartaz com os dizeres “A vacina do Butantan para salvar vidas”, Doria postou para fotos com a caixa do produto.

Apesar de já estarem prontas para serem utilizadas, as 120.000 doses e as outras 46 milhões que chegarão nas próximas semanas ainda precisam ter o seu grau de eficácia comprovado e o seu registro deferido pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Ainda não há previsão de data para isso, mas o otimismo é grande: “Os resultados dos estudos clínicos podem aparecer muito rapidamente”, comentou Dimas Covas. O plano é que o esquema de logística e distribuição da vacina esteja pronto para que, assim que ela for regularizada, seja aplicada na população.

Logo ao chegar em São Paulo, a primeira remessa foi levada sob escolta da Polícia Militar a um local, cujo endereço é mantido em sigilo. O 2º Batalhão de Choque da Polícia Militar foi escalado para fazer a guarda do produto. O governo de São Paulo teme ações de quadrilhas e sabotagem contra o imunizante. No primeiro semestre deste ano, ocorreram dezenas de atos criminosos de roubos e desvios de materiais hospitalares.

Alta

A chegada da vacina ocorre em um momento em que a média móvel — calculada a cada bloco de sete dias — de casos e mortes tem subido no Brasil, após um longo período de queda. Segundo dados oficiais, a média de óbitos chegou a 540 nesta quinta-feira, 19 – há duas semanas, essa taxa era de 395,3. Já a taxa de infectados chegou a 28.597,9, bem acima do índice de 16.840 registrado há duas semanas.

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Diferente das últimas entrevistas coletivas, os integrantes do governo de São Paulo deixaram transparecer a preocupação com a alta no número de casos de Covid-19. O secretário executivo do Centro de Contingência do Governo de SP, João Gabbardo, alertou para o fato de que a “maior transmissão” tem ocorrido na aglomeração de jovens da classe A e B em bares e festas. “Nós estamos cansados, mas o vírus não está”, declarou a secretária de Desenvolvimento Econômico do Estado, Patricia Ellen.

Como medida preventiva, o governo paulista baixou decreto para evitar a desmobilização dos leitos de UTI e enfermaria dedicados a pacientes da Covid-19 nas redes pública e privada.  No fim, Doria ainda fez um apelo para que as pessoas evitem fazer aglomerações e protejam “as suas vidas e a dos seus familiares”.

Doria também aproveitou para criticar a atuação do governo federal, que ele considera insuficiente. “Dada a circunstância de que estamos perdendo mais de 500 vidas todos os dias, a prioridade deveria ser a vacina. Não faz sentido o distanciamento do governo federal e do Ministério da Saúde sobre esse tema”, afirmou.

 

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