‘Não estou procurando emprego’, diz Cappelli sobre Ministério da Justiça
Secretário-executivo da pasta diz que ainda aguarda a decisão do presidente Lula
Número 2 no Ministério da Justiça comandado por Flávio Dino desde o início do governo Lula, Ricardo Cappelli acumulou grande capital político no último ano. Foi ele o escolhido pelo ministro como interventor no Distrito Federal, quando o governador Ibaneis Rocha (MDB) foi afastado, em meio às investigações do 8 de janeiro. Secretário-executivo da pasta, ele também protagonizou ações no campo da Segurança Pública e foi presença frequente em agendas nos estados. Sua atuação ganhou tamanha relevância que, ao denunciar prática criminosa de extorsão a empreiteiras no Rio, nesta semana, o prefeito da capital carioca, Eduardo Paes (PSD), não mencionou a Polícia Civil ou o Governo do estado, mas Cappelli e a Polícia Federal. A trajetória, no entanto, não deverá ter novos capítulos, com a iminente mudança no comando da Justiça.
Diante da saída de Dino do ministério para o Supremo Tribunal Federal, Cappelli deve deixar também seu cargo na pasta. Apesar do esforço de seu partido, o PSB, para que ele fosse efetivado como ministro, ou ao menos mantivesse seu posto, o presidente Lula deve oficializar nos próximos dias a escolha do ex-ministro do STF Ricardo Lewandowski para a Justiça, o que deve levar a uma reformulação de sua estrutura.
Questionado sobre o cenário, Cappelli afirma que não foi comunicado de nenhuma decisão e que sabe apenas o que foi noticiado na imprensa.
“Sigo trabalhando, não estou procurando emprego. Vamos esperar o que vai acontecer. Aguardar as decisões do presidente. A partir daí, vou descansar um pouco e tomar outras decisões com calma”, diz.