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A história da indígena que virou médica e combate a Covid-19 na Amazônia

Ilzinei da Silva nunca tinha saído do município onde nasceu, na fronteira da Colômbia e a Venezuela, até ir para Manaus fazer faculdade

Por Juliana Castro Atualizado em 30 mar 2021, 13h01 - Publicado em 8 mar 2021, 15h36

Ilzinei da Silva é indígena da etnia baniwa. Até os 21 anos, nunca havia saído de São Gabriel da Cachoeira (AM), terceira maior cidade do país em extensão territorial, encravada na selva amazônica entre a Colômbia e a Venezuela. Morava na sede do município, porque os pais deixaram as aldeias em que viviam. Estudou e passou no vestibular de biomedicina em Manaus. Sem saber como iria para a capital amazonense — uma viagem de barco podia levar à época de três a sete dias –, recebeu ajuda da 2ª Brigada de Infantaria de Selva do Exército e foi realizar seu sonho a bordo de uma aeronave das Forças Armadas.

Aos 23 anos, ela largou a biomedicina porque havia passado em medicina na Universidade do Estado do Amazonas. Formou-se em abril do ano passado, em plena pandemia do novo coronavírus, e atendeu pacientes infectados na Unidade Básica de Saúde Nilton Lins, na capital, e em um centro voltado ao atendimento de pessoas com o novo coronavírus. Voltou a São Gabriel da Cachoeira e, em fevereiro deste ano, ingressou nos quadros da mesma brigada das Forças Armadas que a ajudou a chegar em Manaus para cursar a faculdade. Passou a atender no Hospital de Guarnição do município — unidade que é estadual, mas gerida pelo Exército. Recebe pacientes com sintomas de Covid-19 e até mulheres da etnia baniwa que sequer falam português.

“Elas ficaram impressionadas. Uma de nós sendo médica. Como é possível?”, conta Ilzinei, que fala o dialeto baniwa, mas pede ajuda aos pais para relembrar expressões específicas da língua, como dor de cabeça e dor de barriga.

De acordo com o último boletim epidemiológico do governo do estado, São Gabriel da Cachoeira tem 7.144 casos confirmados e 94 óbitos. A cidade tem cerca de 46 mil habitantes.

No município, nove em cada dez moradores são indígenas. Predominância que se reflete na tropa, onde 40% do efetivo é de índios, segundo o general Alexandre Ribeiro de Mendonça, que comanda a brigada.

 

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