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A herança de Dirceu para Temer

Afilhados do petista, preso nos escândalos do mensalão e do petrolão, ainda ocupam cargos de destaque no exterior

Por Daniel Pereira Atualizado em 14 set 2016, 18h43 - Publicado em 14 set 2016, 15h52

O ex-ministro José Dirceu teve participação decisiva nos dois maiores escândalos de corrupção do governo do PT. O mensalão resultou em sua demissão da Casa Civil da Presidência da República, na cassação de seu mandato de deputado federal e na sua condenação a 7 anos e 11 meses de prisão. Descoberto pela Operação Lava Jato, o petrolão devolveu Dirceu à cadeia, sob a acusação de receber dinheiro sujo de empreiteiras que tinham contratos bilionários com estatais como Petrobras e Eletrobras.

Apesar dessa folha corrida, Dirceu mantém apadrinhados em gostosas sinecuras no exterior. É o caso de José Luis Salinas, que foi vice-presidente de Tecnologia da Informação (TI) do Banco do Brasil entre 2007 e 2010. Durante a sua passagem pelo cargo, Salinas lidou com a suspeita de recolher propina para o PT ao fechar contratos com fornecedores de softwares. À época, as denúncias não foram comprovadas, mas a cúpula governista, sabedora de onde o calo aperta, decidiu tirá-lo de cena. Salinas, então, foi nomeado gerente-geral do Banco do Brasil para a América do Norte, cargo que ocupa até hoje, dando expediente nos Estados Unidos.

Recentemente, a Lava Jato confirmou o pagamento de propinas milionárias em contratos firmados pela vice-presidência de TI do Banco do Brasil quando a área era comandada por Salinas. Em nota a VEJA, o banco informou que abriu uma auditoria interna para investigar os contratos fechados nesse setor desde 2008. Salinas não foi nem será demitido. Pelo contrário, sairá da instituição de forma honrosa. Ele apresentou um pedido de aposentadoria. Assim que for aceito e formalizado, o Banco do Brasil extinguirá o cargo que Salinas ocupava e lhe assegurava uma remuneração mensal de cerca de 30.000 reais.

Outro afilhado de Dirceu que resiste a denúncias de corrupção e à mudança de governo é Hipólito Rocha Gaspar, chefe do escritório da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex) em Cuba. Hipólito já foi acusado de achacar empresas brasileiras interessadas em expandir seus negócios e de intermediar o pagamento de propina a autoridades cubanas, entre outras irregularidades funcionais mais prosaicas.

Conforme VEJA revelou no ano passado, ele reservou um espaço privilegiado no estande da Apex para que Fábio Luis da Silva, filho mais velho de Lula, e Taiguara Rodrigues dos Santos, sobrinho do ex-presidente, tratassem de negócios numa feira comercial em Havana. Nenhum dos dois, que hoje são investigados pela Lava-Jato, constava da lista oficial de participantes do evento. No governo passado, imperava na Apex o mantra segundo o qual “ninguém mexe com o Hipólito”. No governo de Temer, a máxima continua em voga. A agência se recusou a informar o salário do homem de Dirceu em Havana.

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