‘Missão no Mar Vermelho’: reflexões sobre identidade em meio ao genocídio
Inspirado em fatos reais, longa traz referências históricas sobre a guerra civil na Etiópia
(The Red Sea Diving Resort, Estados Unidos, 2019. Disponível na Netflix) Na década de 1980, diversas missões encabeçadas pelo Mossad, serviço secreto israelense, ajudaram a salvar milhares de judeus etíopes da guerra civil que tomou o país africano. A mais espetacular dessas incursões inspirou o filme protagonizado por Chris Evans e dirigido por Gideon Raff (de Homeland). Na trama, um grupo de agentes de aparência calculadamente genérica e com facilidade para línguas variadas — para não dar bandeira de que eram judeus — aluga um resort na beira de uma praia do Sudão, país muçulmano vizinho da Etiópia e de relação conflituosa com Israel. O hotel, amparado pelo Ministério do Turismo local, foi usado como fachada por três anos para ajudar na fuga dos refugiados por meio de uma viagem de navio rumo ao território israelense. Eventualmente, o local recebe turistas reais para reforçar o disfarce — situação inusitada que dá alívio cômico a um thriller carregado de referências históricas e reflexões sobre identidade.