‘Guerra Fria’ investiga o impacto da história na vida dos indivíduos
Diretor Pawel Pawlikowski mantém o preto e branco e o quadro fechado de 'Ida' para contar a história inspirada em seus pais
(Zimna Wojna/Cold War, Polônia/Inglaterra/França, 2018. Já em cartaz no país) Na Polônia do pós-guerra, com seu florescente nacionalismo comunista, Wiktor (Tomasz Kot) e sua equipe vão de vilarejo em vilarejo documentando a música folclórica: velhos, crianças e camponeses cantam para seu microfone em vozes pungentes, que o encantam. O que o baqueia, porém, é ver Zula (Joanna Kulig) entoar uma canção vigorosa. Uma colega de Wiktor sabe que a jovem voluptuosa e de personalidade marcante é uma farsa — não nasceu nas montanhas coisa nenhuma, e cumpriu pena por ter matado o pai. Mas Wiktor está perdido por ela. Logo, também Zula estará perdida por ele. O diretor Pawel Pawlikowski mantém o preto e branco e o quadro fechado do oscarizado Ida para contar essa história, inspirada em seus pais, de duas pessoas que não conseguem ficar juntas, tampouco separadas — mas, através dela, traça os significados cambiantes do amor e da intimidade em meio aos contrafluxos pelos quais passou seu país.