‘Border’: misto fascinante de romance, noir e folclore escandinavo
Longa traz protagonistas com estranhas feições leoninas — e também olfatos apurados, que permitem farejar medo, culpa ou raiva nos outros
(Gräns, Suécia/Dinamarca, 2018. Estreia no país nesta quinta-feira) Por causa de uma falha genética, Tina (Eva Melander) apresenta estranhas feições leoninas — e também um olfato apurado, que permite a ela farejar medo, culpa ou raiva nos outros e, assim, apreender contrabandistas no porto sueco em que trabalha. Certo dia, Vore (Eero Milonoff), um homem muito parecido com ela, passa por seu posto de alfândega. A atração é imediata — e é possível que nunca se tenha filmado uma cena de sexo tão peculiar. Vore conta a Tina o que ela é verdadeiramente, e acena com uma vida livre de solidão. A extensão em que ele descarta a moral humana, porém, choca Tina. Dirigido pelo sueco-iraniano Ali Abbasi, Border (fronteira) é um misto fascinante de romance, noir e folclore escandinavo, tão atento ao seu aspecto fantástico quanto aos temas que alegoriza.