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Música sem preconceito: de Beethoven a Pablo do arrocha, de Elis Regina a Slayer
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Walter Franco foi muito mais do que um compositor ‘maldito’

O artista paulistano, morto nesta quinta-feira, sempre equilibrou seu trabalho entre músicas de caráter experimental com faixas altamente palatáveis

Por Sérgio Martins Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 24 out 2019, 17h08

“Tudo é uma questão de manter/ A mente quieta/ A espinha ereta/ E o coração tranquilo”, apregoa o verso mântrico de Coração Tranquilo, faixa de Respire Fundo (1978), um dos álbuns mais palatáveis de Walter Franco. Mas nem sempre foi assim. Quando surgiu, no início dos anos 70, ele era famoso pelas composições experimentais e impermeáveis, muitas vezes inspiradas na poesia concreta, e que iam de encontro à MPB de acordes clássicos daquele período. A audácia lhe rendeu o epíteto de Maldito (o mesmo aplicado a autores “difíceis” como Jards Macalé e Sérgio Sampaio), que soou injusto com o passar do tempo. Franco sabia, sim, criar composições palatáveis como Vela Aberta, faixa-título do álbum de 1979, e Serra do Luar, regravada por Leila Pinheiro.

 

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Walter Rosciano Franco nasceu a 6 de janeiro de 1945, na cidade de São Paulo. Estudante de artes dramáticas, ele iniciou sua carreira musical criando trilhas sonoras para peças teatrais. Não demorou muito para executar seu lado mais experimental: em 1972, durante o Festival Internacional da Canção, exibido pela Rede Globo, Franco apresentou a música Cabeça. Era uma colagem de frases e timbres sobrepostos, influenciado pela poesia concreta. Cabeça desembocou em Ou Não, de 1973. Também chamado de “o disco da mosca”, por trazer o inseto na capa, ele trouxe uma frutífera colaboração de Franco com Rogério Duprat, maestro identificado com o movimento tropicalista. Um dos destaques desse álbum é Me Deixe Mudo, outra criação experimental, que foi relida por Chico Buarque em Sinal Fechado, de 1974, e que integra também Electra (2019), de Alice Caymmi, uma das maiores intérpretes da nova geração. Revolver, de 1976, traz outra virada na carreira de Franco. O compositor se aproxima do rock em faixas como Feito Gente, que foi aproveitado no seriado Os Dias Eram Assim, da Rede Globo.

 

Respire Fundo, de 1978, e Vela Aberta, de 1979, trazem à tona um Walter Franco mais palatável. Respire Fundo, por exemplo, tem a participação de músicos de diversos patamares da música brasileira, como os instrumentistas João Donato e Sivuca, e intérpretes da categoria de Elba Ramalho e Lulu Santos. Mas o destaque de Vela Aberta é Canalha, rock visceral, cantado do fundo da garganta, e que conquistou o segundo lugar no festival e música da extinta TV Tupi. A partir dos anos 80, sua discografia começou a rarear em lançamentos. De 1982 a 2001 foram apenas dois trabalhos. Franco estava para soltar Listen – ResiLIência e ReSISTÊNcia, pronto desde o final de 2018. Uma boa oportunidade para reavaliar a peça de Maldito.

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