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Por Sérgio Martins
Música sem preconceito: de Beethoven a Pablo do arrocha, de Elis Regina a Slayer
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Um atestado de sobrevivência no mundo do rock

Os 10,000 Maniacs, que tocam em São Paulo, no Rio e em Porto Alegre, perderam cantoras e um guitarrista, mas continuam firmes em sua mistura de rock e folk

Por Sérgio Martins Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 30 jul 2020, 20h51 - Publicado em 31 Maio 2017, 20h43
John Lombardo, Jeff Erickson, Mary Ramsey, Steve Gustafson, Jerry Augustyniak, and Dennis Drew, os 10,000 Maniacs, que fazem uma mini turnê pelo Brasil (Divulgação/Divulgação)

 

Trocas de vocalistas costumam ser traumáticas. Que digam os 10,000 Maniacs, que nessa semana iniciam uma mini turnê brasileira (a saber, dia 01/06 no Espaço das Américas, em São Paulo; 02/06 no Vivo Rio, no Rio de Janeiro, e 03/06 no Auditório Araújo Viana, em Porto Alegre). O grupo americano desfrutou de um relativo sucesso na virada dos anos 80 para os 90 com músicas como Don’t Talk e Candy Everybody Wants. Em 1993, a cantora Natalie Merchant anunciou sua partida pouco após a gravação de um acústico para a MTV. Os Maniacs lançaram mão de uma solução caseira: eles promoveram Mary Ramsey, que atuava nos shows como violonista e vocalista de apoio, e recrutaram o guitarrista John Lombardo, que participou da formação inicial da banda – os dois tinham um projeto chamado John & Mary. Os redivivos 10,000 Maniacs superaram a partida de Natalie com méritos. A releitura de More than This, canção do grupo inglês Roxy Music e lançada no álbum Love Among the Ruins, de 1997, fez sucesso nas rádios americanas e brasileiras – a ponto de entrar na trilha de Por Amor, novela da Rede Globo. Já seu último lançamento, Playing Favourites, foi gravado ao vivo e tem como principal atrativo trazer hits do período de Natalie Merchant na voz de sua substituta. Embora a voz quente da cantora original faça falta (especialmente em temas mais intensos, como These Are Days), Mary traz uma doçura então inédita para a banda. Além disso, eles lançam mão de covers inusitadas, como Just Like Heaven, do grupo inglês The Cure. “Eu gosto de fazer essas surpresas no público”, diz Mary, em entrevista à VEJA. “E os 10,000 Maniacs são essencialmente uma banda ao vivo porque o público se torna parte da plateia.”

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A troca de vocalistas não foi o único empecilho na carreira dos 10,000 Maniacs, surgido em 1981 em Jamestown, cidade do estado de Nova York. O maior golpe foi a morte do guitarrista e compositor Robert Buck, em 2000. Autor de algumas das músicas mais conhecidas dos Maniacs – entre elas These Are Days, Hey Jack Kerouac e What’s the Matter Here –, ele sucumbiu a uma doença hepática aguda. Mary também desfalcou a banda entre 2002 e 2006 (foi substituída por Oskar Saville, que veio para a segunda turnê brasileira do grupo – e que teve Mary como convidada especial). “Eu morava em Buffalo, uma cidade muito fria. Queria viver num lugar ensolarado”, justifica Mary, que passou um período na Califórnia. Ali, deu vazão ao seu estudo erudito – ela toca tanto viola quanto violino – e participou de alguns grupos de câmara. Aliás, a vocalista tem uma carreira respeitável como músico de estúdio, tendo participado de álbuns de diversos artistas do cenário alternativo americano (entre eles Warren Zevon, um dos cantores e compositores prediletos de Peter Buck, guitarrista do R.E.M.) “Por mais que eu me divirta no estúdio, prefiro o trabalho em grupo. Principalmente porque posso dar palpites nos arranjos.”

 

Os dois últimos discos dos 10,000 Maniacs foram financiados através de vaquinhas virtuais – traduzindo, suas produções e gravações foram bancadas pelos fãs. Twice Told Tales, de 2015, é uma compilação de canções folclóricas inglesas. Uma delas se chama Lady Mary Ramsey I e nasceu de uma curiosidade da vocalista. “Joguei meu nome no google e surgiu essa personagem, juntamente com a música.” Playing Favourites nasceu da necessidade de registrar em disco o período atual do grupo. Atualmente, os 10,000 Maniacs estão em processo de composição para um novo álbum. “Mas é preciso estar atento às necessidades do mercado, que mudou muito”, confessa a cantora. Os Maniacs até hoje tem alta rotação nas rádios especializadas em flashback e classic rock por causa de suas composições das décadas de 80 e 90. Mas não significa que vivam apenas do passado. O quinteto americano (além de Mary e do guitarrista Jeff  Erickson, ele traz em sua formação o tecladista Dennis Drew, o baixista Steve Gustafson e o baterista Jerry Augustyniak) faz uma apresentação vibrante, uma mistura de folk, country e rock alternativo como só as bandas daquele período conseguem fazer.

 

 

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