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David Uip explica a razão de não revelar se usou cloroquina

Coordenador do Centro de Contingência do Coronavírus, o infectologista deu palestra online para empresários

Por João Batista Jr. Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 9 abr 2020, 12h01 - Publicado em 9 abr 2020, 10h41

O médico infectologista David Uip deu uma palestra virtual na manhã desta quinta, 9, pela plataforma Lide Saúde. A conversa teve como intermediários Claudio Lottenberg, Luiz Fernando Furlan e João Doria Neto, filho de João Doria e diretor-executivo do Grupo Lide (o governador tucano criou a companhia e se afastou dela quando entrou para a política). Recém-recuperado do coronavírus e sob ataque do exército digital de radicais irritados por não ter falado abertamente sobre o uso da cloroquina durante seu tratamento, Uip abordou a polêmica e discorreu sobre a real situação do Brasil. “Nos últimos dois dias, vimos um aumento de casos”, afirmou. Na avaliação do médico, o número de infectados seria dez vezes maior sem as medidas de isolamento social implementadas por estados como São Paulo (a medida, aliás, vem sendo bastante criticada por Jair Bolsonaro, que enxerga no tucano Doria um potencial concorrente às eleições presidenciais de 2022). Na palestra, Uip mostrou preocupação com a quarentena, citando estudos que apontam atualmente para um índice de 52% de respeito à medida entre a população. “O ideal seria esse número chegar a 70%”, alertou.

Pela primeira vez, Uip contou em detalhes os dias em que foi obrigado a deixar o papel de líder no combate ao coronavírus em São Paulo para ser tratado como paciente da doença.  Ele perdeu 5 quilos em duas semanas e, no pico da doença, ficou sem conseguir ficar de pé e teve uma forte dor lombar. No oitavo dia, sentiu um agravamento do quadro — algo comum e esperado com a Covid-19. “Tive uma pneumonia no pulmão esquerdo. Fiquei no limite entre ser ou não internado”, contou. Ao falar sobre as medicações usadas em seu tratamento, Uip fez questão de explicar porque não assumiu publicamente o uso da cloroquina no seu processo de cura. Nos últimos dias, Bolsonaro, principal garoto-propaganda do remédio no país, criticou o médico e cobrou transparência. “Eticamente, seja qual for a resposta, não posso falar o que tomei para evitar causar algum dano para a sociedade”, afirmou Uip. “Não é uma quebra de transparência. Esse sigilo que eu me impus é para a proteção da sociedade: se eu falar que tomei, haveria uma corrida às farmácias porque estou vivo; se disser que não tomei, eu desacredito estudos que estão em andamento.”

Sem citar o nome do presidente Jair Bolsonaro, Uip falou da politização em torno do uso do remédio. “Eu estou sob ataques, minha privacidade e sigilo foram violados (com a divulgação em redes sociais do prontuário em que ele mesmo se receitou a cloroquina). Minha família está abalada”, disse. “Os ataques não têm o menor sentido: o meu único inimigo é o vírus.” Uip lembrou ainda que não ganha salário e que sua missão à frente do combate ao vírus no estado de São Paulo é em prol da saúde pública. “Ninguém esta feliz com a situação atual, estamos todos buscando soluções.”

O médico infectologista também saiu em defesa da Prevent Senior. plano de saúde responsável pelo hospital em São Paulo onde ocorreram dezenas de mortes de idosos nas últimas semanas por Covid-19. Em uma coletiva de imprensa, o Ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta criticou a companhia. “Fiquei muito incomodado com as acusações contra a Prevent Senior sem que houvesse embasamento”, disse Uip. “Ali, todos os usuários têm mais de 60 anos. Não gosto e fazer análise sem conhecer os dados, mas temos de lembrar que ali há uma população predisposta.”

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