Um levantamento feito pelo Procon de São Paulo a pedido de VEJA mostra o tamanho da encrenca em que se meteu a Smart Fit, e a tentativa da empresa de se redimir. Entre janeiro e maio, a rede de academias recebeu 400 reclamações de clientes no estado paulista. Entre junho e julho, houve uma explosão: foram 2 000 queixas. Esse fenômeno coincidiu com o agravamento da pandemia e com o fato de Edgard Corona, fundador da empresa, passar a ser investigado pelo STF por supostamente financiar a divulgação de notícias falsas.

As principais reclamações são de cobrança indevida, não atendimento e impossibilidade de cancelar o plano. Na pandemia, a empresa só permitia que os alunos se desligassem de forma presencial — não havia forma de encerrar o plano por telefone ou internet. Além do Procon, houve uma explosão de reclamação no site Reclame Aqui.

Diante do problema, a Smart Fit decidiu criar uma força-tarefa para resolver as questões e chegou a fazer uma reunião na sede do Procon, em São Paulo. “Das 2 400 reclamações, 1 100 foram resolvidas nas últimas semanas em um esforço considerável”, explica Guilherme Farid, chefe de gabinete do Procon. “As outras queixas estão em fase de a empresa responder e o consumidor se manifestar.”

Farid vê no episódio uma vitória do consumidor: “Quando uma empresa não atende nem soluciona nada, ela recebe a multa — mas o cliente não sai satisfeito. É fundamental quando todos os envolvidos querem resolver a situação.” Quando voltou a abrir em São Paulo, a Smart Fit viu filas e filas de alunos se formarem do lado de fora para cancelar o plano. 

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