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Por Kelly Miyashiro
Críticas e análises sobre o universo da televisão e das plataformas de streaming
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‘Eu Sei o que Vocês Fizeram’ mira ‘Euphoria’ e acerta ‘Mulheres de Areia’

Protagonizada por gêmeas, série derivada da franquia dos anos 90 se joga nos excessos da juventude do século XXI - e nos clichês do suspense

Por Raquel Carneiro Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 15 out 2021, 16h59

Jovens inconsequentes atropelam um pescador em estrada de uma pequena cidade litorânea nos Estados Unidos. Para escapar do tribunal e da possibilidade de alguém ali ser preso, eles jogam o corpo no mar e fazem um pacto de manter o segredo. Isso até o grupo começar a sofrer ameaças com a mensagem: “Eu sei o que vocês fizeram no verão passado”. Premissa do roteiro que leva o mesmo nome da frase misteriosa (e comprida), o filme, lançado em 1997, foi um baita sucesso de público e se tornou item inescapável da cultura pop – virou tema de sátiras e de desnecessárias sequências com títulos ainda mais longos: Eu Ainda Sei o que Vocês Fizeram no Verão Passado (1998) e Eu Sempre Vou Saber o que Vocês Fizeram no Verão Passado (2006).

A famigerada linhagem do “Eu Sei” parecia ter ficado para trás, juntamente com a popularidade do filão do terror slasher – em que um assassino misterioso aterroriza uma cidade, de preferência pequena e com jovens transbordando hormônios. Mais de duas décadas depois, porém, eis que o subgênero volta à ativa, ressuscitando franquias como Pânico e, claro, trazendo consigo uma nova versão de Eu Sei o que Vocês Fizeram no Verão Passado.

Cena do filme 'Eu Sei o que Vocês Fizeram no Verão Passado' (1997)
Cena do filme ‘Eu Sei o que Vocês Fizeram no Verão Passado’ de 1997 (Columbia Pictures/Getty Images)

A série do Amazon Prime Video, que chega à plataforma nesta sexta-feira, 15, traz no cerne o espírito da trama original: jovens bêbados atropelam uma pessoa e se livram do corpo, para depois serem perseguidas pela mensagem ameaçadora e por um assassino perigoso. Param aí as semelhanças.

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A nova trama é centrada em duas irmãs gêmeas idênticas por fora, mas absurdamente diferentes por dentro, vividas pela ótima Madison Iseman (que arrasa com sua veia cômica em Jumanji). O primeiro episódio é todo voltado para mostrar a dinâmica entre as duas. Desde a disputa pelo afeto do pai e da mãe, que morreu, passando pela cobrança para que a jovem tímida seja mais ousada, como a irmã. E, claro, culminando no interesse de ambas pelo mesmo rapaz. O trágico acidente que conduz a história de terror teen acontece ao fim do capítulo inicial e altera dramaticamente essa relação.

O conflito entre o chamado duplo, conceito comum na literatura, é representado com frequência por gêmeos em pé de guerra na dramaturgia. De Hollywood aos folhetins latinos – alô, Mulheres de Areia – a ficção se esbalda ao colocar, frente a frente, duas pessoas que são como um reflexo no espelho, mas que instigam o pior uma da outra. Inicialmente a série parece apetitosa. Moderninha, ela vem embalada para a geração Euphoria – série da HBO que mostra os excessos da juventude atual, observando o abuso de drogas, o submundo das redes sociais, a proliferação de nudes, entre outros dramas enfrentados pela Geração Z. Mas, quando chega à sua razão de ser, ou seja, um novo título do terror, a série atropela o bom senso e joga o corpo no mar. Clichês do gênero, como sustos bocós e música de suspense em momentos risíveis, são abundantes e empobrecem a experiência de quem assiste. Defeitos que, provavelmente, não impedirão a série de ser um sucesso — assim como aconteceu com o mediano filme original e seu assassino de memória duradoura.

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