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Por Kelly Miyashiro
Críticas e análises sobre o universo da televisão e das plataformas de streaming
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Diretor de ‘La La Land’ reforça tendência dos filmes na vertical

Gravado em celular, curta insere entre o alto-escalão de Hollywood o movimento de produções que se renderam à era dos smartphones

Por Tamara Nassif 8 ago 2020, 10h30

Um dublê (Tom McComas) foge de uma dupla de pistoleiros e pula de um arranha-céu – e então o inesperado (ou esperado) acontece e seu paraquedas falha. A equipe de gravação no andar térreo arfa em susto e McComas fecha os olhos, aceitando a morte certa, e relembra sua infeliz vida como ator substituto. A trama embala o curta-metragem The Stunt Double, dirigido por Damien Chazelle, jovem prodígio de Hollywood e oscarizado por La La Land. O enredo, porém, chama menos a atenção do que o formato: o filme foi gravada em um iPhone, numa parceira com a Apple, totalmente na vertical. Logo, adaptado para as telas dos famigerados smartphones.

Produções de entretenimento na vertical já não são mais novidade. Em breve, podem ser a regra. A popularidade absoluta dos celulares fez crescer o número de produtores de conteúdo na internet, seja no YouTube, no Instagram ou, mais recentemente, no TikTok, que arriscam suas tramas e produções caseiras. Pipocam, todos os dias e com boa qualidade imagética, vídeos de pequena minutagem – na grande maioria, memes e quadros de comédia, quando não dancinhas coreografadas ao som de alguma música viral do momento –, gravados de acordo com a orientação dos próprios aparelhos celulares.

Dancinhas e memes não são o caso de Damien Chazelle, que antes de La La Land assinou o ótimo Whiplash, de 2015. O novo curta, apesar de ser parte de uma ação publicitária, não deixa a desejar em termos técnicos, com uma qualidade de imagem que se confunde com a que é feita pelos caríssimos equipamentos utilizados nas produções de Hollywood. Isso significa que, para além do TikTok, a verticalização do entretenimento chegou ao alto-escalão do cinema.

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The Stunt Double não está sozinho. Em fevereiro deste ano, o diretor russo Timur Bekmambetov, de Ben-Hur e Buscando..., anunciou o primeiro blockbuster produzido inteiramente na vertical, intitulado V2. Escape From Hell, ainda sem tradução oficial para o português. Com um orçamento estimado em 10 milhões de dólares, o filme é um drama da II Guerra Mundial e está previsto para chegar aos cinemas em 2021. Ainda não se sabe como ele será exibido nas telonas: se terá duas barras pretas em ambos os lados ou se será ajustado para a horizontal.

A tendência da verticalização já tomou há tempos a indústria da música. Muitos artistas já têm feito versões de seus videoclipes na orientação dominante das redes sociais: Billie Eilish, em 2018, lançou you should see me in a crown, e, em seguida, veio Halsey com Without Me, que pecou pelo excesso e fez duas versões diferentes, uma na vertical e outra na horizontal. Sam Smith também entra para a conta com a faixa How Do You Sleep?, e Taylor Swift com Delicate, entre tantos outros nomes do pop e do rap, antenados ao público jovem

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A verticalização caiu tanto nas graças do público que, nos Estados Unidos, foi lançada em abril deste ano uma plataforma de streaming chamada Quibi, focada em transmitir vídeos curtos visualizáveis apenas em dispositivos móveis (celulares e tablets). É do conceito da rapidez que nasce o nome Quibi, inclusive, vindo da expressão “quick bites” (mordidas rápidas, em tradução livre). Nele, o espectador pode escolher entre assistir aos conteúdos na vertical ou na horizontal. A ideia foi comprada até por grandes nomes como Steven Spielberg: o aclamado cineasta roteirizou para o Quibi uma série de terror chamada After Dark, que só poderá ser assistida à noite.

Com o mundo cada vez mais conectado às telas dos smartphones, não é grande surpresa que a sétima arte esteja correndo atrás da tendência e, como consequência, a popularizando entre as demais. Resta esperar para ver se a moda vai pegar, ou se, assim como The Stunt Double, será de curta duração.

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