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Por Kelly Miyashiro
Críticas e análises sobre o universo da televisão e das plataformas de streaming
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‘Cidade Invisível’ causa polêmica ao esnobar indígenas

Inspirada no folclore brasileiro, série da Netflix tem sido criticada pela falta de representação nativa em seu bastidor e elenco

Por Eduardo F. Filho Atualizado em 19 fev 2021, 17h43 - Publicado em 19 fev 2021, 17h39

Entre os títulos mais assistidos da Netflix no Brasil, a série nacional Cidade Invisível tem causado controvérsia por sua falta de representatividade indígena, tanto nos bastidores quanto no elenco. O motivo é simples: o folclore brasileiro, tema da atração, bebe diretamente de lendas e crenças nativas.

Pelas redes sociais, a socióloga e pesquisadora nas áreas de relações étnico-raciais e encarceramento indígena Lai Munihin alfinetou a plataforma de streaming dizendo que “se quisessem ter feito isso bem feito, teriam contratado indígenas para toda a parte de produção de roteiro, enredo, para além da questão de escolha de atores”. Ela não foi a única a se pronunciar. Entre vários outros, Fabrício Titiah, ativista da tribo Pataxó HãHãHãe, exaltou a produção, mas apontou os erros. “É uma grande produção nacional, uma pena que erraram. Faltou estudar mais e ser respeitoso. Eu e outros parentes podemos contar a história que realmente representa as tradições originárias, a representatividade já começa aí”.

Apesar de manifestações mais exageradas — como a que exigia que o Saci, eternizado como um garoto negro pela literatura de Monteiro Lobato, fosse indígena — se revelem parte da gritaria típica da era das redes, há também certa razão na revolta. O folclore é a união de crenças, lendas e costumes populares, que atravessam gerações como parte da identidade de um país. No Brasil, esse combo é formado pela miscigenação de tipos e histórias, desde lendas europeias trazidas pelos portugueses até tramas indígenas e africanas. Assim, não custaria à produção um esforço para adicionar uma voz nativa ao menos. Alguns personagens, como o Boto-Cor-de-Rosa, chamado de Manaus, poderia ser vivido por um ator indígena em vez de um homem branco, como optou a série. Assim como o flamejante Curupira. O personagem, aliás, é o único ali que flerta com o tema ao contracenar com duas atrizes indígenas, que surgem em suas lembranças. Ambas, porém, não falam nada. Uma saída pífia que pode melhorar em uma próxima temporada.

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