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Por Kelly Miyashiro
Críticas e análises sobre o universo da televisão e das plataformas de streaming
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Ao entrar na pandemia, ‘Amor de Mãe’ se torna extensão do Jornal Nacional

Folhetim retorna à grade da Globo com capítulos inéditos, devidamente ambientados no duro cotidiano da vida real

Por Eduardo F. Filho Atualizado em 18 mar 2021, 23h20 - Publicado em 16 mar 2021, 13h46

Lurdes (Regina Casé) borrifa três, quatro jatos de álcool em um chuchu, passa para Magno (Juliano Cazarré) que enxuga e devolve para Érica (Nanda Costa) que guarda o mantimento em um armário. E assim sucessivamente com o tomate, o detergente, e outros produtos. Lurdes observa que falta um ingrediente: “Cadê meu coentro?”, pergunta ao filho mais novo Ryan (Thiago Martins), que se debruça sobre um tanque lavando as mãos e os antebraços. O menino, que tinha acabado de voltar das compras, se esqueceu do item considerado indispensável pela mãe. Colocando a máscara, ele, então, vai novamente em direção ao mercado. A cena, parte do retorno da novela Amor de Mãe, na noite desta segunda-feira, 15, é um exemplo dos mais certeiros sobre a vida do brasileiro no “novo normal” — e uma das poucas situações risíveis em meio à pandemia.

Após cinco meses de parada obrigatória, o folhetim voltou as gravações com máscaras, álcool em gel e isolamento em hotéis no Rio de Janeiro
Após cinco meses de parada obrigatória, o folhetim voltou as gravações com máscaras, álcool em gel e isolamento em hotéis no Rio de Janeiro – (Globo/Reprodução)

Após um ano suspensa, devido à pandemia de Covid-19 no Brasil, a novela das 9 da Rede Globo deu o pontapé inicial no retorno dos folhetins com capítulos inéditos. A nova fase é resultado das gravações retomadas cinco meses após a parada obrigatória, seguindo todos os protocolos de saúde: máscaras dentro e fora dos estúdios, álcool em gel, testes de Covid-19, divisórias de acrílico e uma quarentena prévia de 15 dias em hotéis para os pares românticos da trama atuarem agarradinhos.

Quando decidiu parar as máquinas, em março de 2020, a autora Manuela Dias, continuou escrevendo capítulos inéditos, mas logo percebeu que não inserir o coronavírus na trama seria perder o realismo cativante que pautou a primeira fase da novela. Assim, Amor de Mãe assumiu o risco de se mostrar um reflexo de uma realidade que muitos querem esquecer. Para piorar, o retorno do folhetim se deu em um novo pico da pandemia. Como esperado, o assunto dominou o Jornal Nacional, exibido antes da novela, que acabou sendo uma extensão do noticiário ao retratar a vida como ela é.

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A segunda temporada de 'Amor de Mãe' começa com 9 mil mortos pela Covid-19 no país
A segunda temporada de ‘Amor de Mãe’ começa com 9 mil mortos pela Covid-19 no país – (Globo/Reprodução)

Não se pode negar, contudo, que está no DNA das novelas brasileiras, especialmente na faixa das 9, tocar em assuntos cotidianos. Alcoolismo, transexualidade e racismo, por exemplo, já foram amplamente abordados pelos folhetins. Assim, Amor de Mãe andou sobre uma linha tênue: ignorar a pandemia seria uma ingenuidade, mas abraçar o assunto pode afastar espectadores em busca de escapismo. Fica então o questionamento: será que o brasileiro tem anticorpos suficientes para lidar com essa avalanche de coronavírus televisivo? Dúvida que os números da audiência devem responder.

  • Leia também: Economia do Brasil sofre com gestão da pandemia e encolhe diante do mundo
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