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Por Sérgio Rodrigues
Este blog tira dúvidas dos leitores sobre o português falado no Brasil. Atualizado de segunda a sexta, foge do ranço professoral e persegue o equilíbrio entre o tradicional e o novo.
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Gostamos de imaginar que o princípio da linguagem é sempre positivo: informar, comunicar, dar a ver. De bom grado, fazemos vista grossa para o fato de que tal princípio é ambivalente até a medula, um jogo de sedução em que, como na sedução sexual, o que se esconde provoca até mais do que aquilo que […]

Por Sérgio Rodrigues
Atualizado em 31 jul 2020, 09h45 - Publicado em 15 jan 2012, 11h54

Gostamos de imaginar que o princípio da linguagem é sempre positivo: informar, comunicar, dar a ver. De bom grado, fazemos vista grossa para o fato de que tal princípio é ambivalente até a medula, um jogo de sedução em que, como na sedução sexual, o que se esconde provoca até mais do que aquilo que está escancarado.

O claro-escuro da linguagem perpassa tudo – até um bom-dia despreocupado, se quisermos ser filosóficos – mas é mais evidente em fenômenos como o das gírias e jargões, códigos linguísticos que são bolados tanto para comunicar quanto para confundir, isto é, para incluir os iniciados e ao mesmo tempo excluir os “otários” do círculo de sentido que instaura. Os adolescentes adoram o truque e julgam tê-lo inventado há dez minutos. Os primeiros registros históricos de gírias datam da Idade Média, mas é provável que elas já existissem antes disso.

No caso das escritas secretas, em geral de uso militar, o lado escuro da linguagem fica ainda mais evidenciado. Essa modalidade específica de mensagem cifrada tem uma história mais antiga que a das gírias: foi mencionada pela primeira vez pelo grego Heródoto, o chamado “pai da História”. Desde então, incontáveis batalhas (literais) foram ganhas e perdidas pelos criadores e decifradores de códigos, militares e membros de serviços secretos, com destaque para seu papel fascinante na Segunda Guerra Mundial.

Hoje a guerra é diferente: com o desenvolvimento do comércio eletrônico, a criptografia transformou-se em ferramenta de uso civil e corriqueiro, o que torna o cidadão mediano do século 21 um exímio memorizador – e, infelizmente, também um esquecedor – de senhas. Toda essa história épica está contada com abundância de detalhes numa obra do inglês Simon Singh, físico e jornalista, chamada “O livro dos códigos” (Editora Record, 1999). Singh tem um talento notável para transformar em explicações saborosas os raciocínios científicos mais herméticos, o que o torna uma espécie de decifrador de códigos ele mesmo.

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