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Por Sérgio Rodrigues
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Punk à moda russa

As jovens integrantes do Pussy Riot (Maxim Shemetov/Reuters) A condenação à prisão das três integrantes da banda punk russa Pussy Riot, por uma performance (veja o vídeo) contra o presidente Vladimir Putin, provocou protestos internacionais. O episódio trouxe de volta à cena duas coisas que pareciam razoavelmente fora de moda: a escancarada intolerância à liberdade […]

Por Sérgio Rodrigues
Atualizado em 31 jul 2020, 08h06 - Publicado em 18 ago 2012, 10h00

As jovens integrantes do Pussy Riot (Maxim Shemetov/Reuters)

A condenação à prisão das três integrantes da banda punk russa Pussy Riot, por uma performance (veja o vídeo) contra o presidente Vladimir Putin, provocou protestos internacionais. O episódio trouxe de volta à cena duas coisas que pareciam razoavelmente fora de moda: a escancarada intolerância à liberdade de expressão no país, que provocou o imediato repúdio da União Europeia, e a própria palavra punk.

O termo ganhou circulação internacional nos anos 1970, na esteira do sucesso de bandas inglesas de rock como Sex Pistols e The Clash, expoentes de um movimento musical e comportamental baseado em composições de poucos acordes, muito barulho e agressividade em letras, cabelos, roupas e atitudes. Consta que a palavra foi usada com esse sentido pela primeira vez pelo jornalista Dave Marsh num artigo de 1971 para a revista americana “Creem”.

A gíria punk, porém, tem história mais longa na língua inglesa. Com o sentido de “pessoa imprestável”, já circulava em 1917, mas punk kid (“jovem criminoso” e também “jovem homossexual a serviço de um homem mais velho”) existia ainda antes: seu primeiro registro conhecido data de 1904. O dicionário etimológico de Douglas Harper acredita que, “sem dúvida”, o sentido de jovem criminoso foi a inspiração para a acepção roqueira que surgiria décadas mais tarde.

Curiosamente, o punk que foi dar no rock de Johnny Rotten é considerado um vocábulo de origem obscura pelos mesmos dicionários que registram o uso, em 1896, de uma palavra de idêntica grafia com o sentido de “coisa sem valor ou de baixa qualidade”, acepção derivada de uma que estava em circulação desde o século 17 (“madeira podre”) e que provavelmente derivou de ponk – termo do algonquino, língua indígena norte-americana, que significava “pó, cinza”. Além de terem a mesma grafia, os dois vocábulos apresentam uma semelhança semântica que sugere algo além de simples coincidência.

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