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Por Sérgio Rodrigues
Este blog tira dúvidas dos leitores sobre o português falado no Brasil. Atualizado de segunda a sexta, foge do ranço professoral e persegue o equilíbrio entre o tradicional e o novo.
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O santo e o ‘santo’

Duas notícias de ontem fizeram de “santo” a Palavra da Semana. A primeira – e incomparavelmente mais importante – é positiva: “O papa Francisco assinou nesta quinta-feira, no Vaticano, a canonização do padre José de Anchieta (1534-1597) e o tornou oficialmente o terceiro santo brasileiro” (leia mais). A segunda é negativa, indireta e meio marota, […]

Por Sérgio Rodrigues
Atualizado em 31 jul 2020, 04h06 - Publicado em 4 abr 2014, 17h00

Duas notícias de ontem fizeram de “santo” a Palavra da Semana. A primeira – e incomparavelmente mais importante – é positiva: “O papa Francisco assinou nesta quinta-feira, no Vaticano, a canonização do padre José de Anchieta (1534-1597) e o tornou oficialmente o terceiro santo brasileiro” (leia mais).

A segunda é negativa, indireta e meio marota, pois se refere a alguém que pode ser tudo, menos santo: “O PSOL protocolou na Mesa Diretora da Câmara um pedido de investigação do vice-presidente da Casa, André Vargas (PT-PR), por ter usado um jatinho pago pelo doleiro Alberto Yosseff, preso pela Polícia Federal em uma megaoperação de combate à lavagem de dinheiro no país” (leia mais).

O vocábulo “santo” chegou ao português vindo do latim sanctus, particípio do verbo sancire, “estabelecer, consagrar”. Trata-se da mesma matriz de onde saíram o substantivo sanção, “aprovação, confirmação”, e o verbo sancionar. O primeiro sentido de sanctus era legal: “estabelecido, ratificado, confirmado”.

No entanto, uma extensão semântica ocorrida no próprio latim clássico cooptou a palavra para o campo religioso e gerou a acepção de “que tem caráter sagrado, venerável, augusto”. Tudo isso se passou antes da era cristã.

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Quando desembarcou em português, no século XIII, a palavra já estava profundamente ligada à Igreja Católica e havia assumido, no latim eclesiástico, o sentido de “bem-aventurado”, nomeando os vultos históricos reconhecidos de forma oficial pelo Vaticano como especialmente próximos de Deus.

A extensão não ficou nisso, porém. A palavra também pode nomear (no Brasil) entidades de religiões afro-brasileiras e qualificar uma pessoa muito virtuosa ou muito ingênua – ou ainda, ironicamente, como lembra o Houaiss, aquela “que se finge inocente”.

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