Máfia: como a Fifa e a CBF entram nessa história
A prisão de uma penca de dirigentes da Fifa na Suíça, entre eles o ex-presidente da CBF José Maria Marin (foto), faz de “máfia” a Palavra da Semana – com o auxílio inspirador do colega e vizinho Caio Blinder, que em sua coluna apelidou adequadamente o presidente da Fifa, Joseph Blatter, de “Don Blatterone”. A […]
A prisão de uma penca de dirigentes da Fifa na Suíça, entre eles o ex-presidente da CBF José Maria Marin (foto), faz de “máfia” a Palavra da Semana – com o auxílio inspirador do colega e vizinho Caio Blinder, que em sua coluna apelidou adequadamente o presidente da Fifa, Joseph Blatter, de “Don Blatterone”.
A palavra mafia surgiu no italiano dialetal falado na Sicília, inicialmente registrada em 1865, com o sentido original de “bravura, coragem, destemor”. Não é certa sua origem, mas a tese mais aceita – e também a que parece mais plausível – liga a palavra ao árabe mahjas, “bazófia, fanfarrice”.
Tanto o destemor quanto a fanfarrice, que é o destemor-ostentação, combinam com outro sentido logo assumido pelo vocábulo siciliano, segundo o dicionário etimológico de Douglas Harper: o de “espírito hostil às leis e a seus executores”.
Foi como nome próprio e com uma acepção próxima desta última, “sociedade secreta siciliana de criminosos”, que a palavra Máfia acabou ganhando o mundo.
Embora sua prima napolitana Camorra também tenha se transformado em substantivo comum em português, coube a “máfia” – que tem data de estreia incerta em nosso idioma – se consagrar popularmente no século XX com o sentido de “qualquer associação ou organização que, à maneira da Máfia siciliana, usa métodos inescrupulosos para fazer prevalecer seus interesses ou para controlar uma atividade” (Houaiss). É aí que entram a Fifa e a CBF.