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Por Sérgio Rodrigues
Este blog tira dúvidas dos leitores sobre o português falado no Brasil. Atualizado de segunda a sexta, foge do ranço professoral e persegue o equilíbrio entre o tradicional e o novo.
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Como era verde o meu dólar!

Dos limites da linguagem: conhecer a origem e a história do vocábulo dólar não fará nada para proteger suas economias num momento em que o real passa por um acelerado processo de desvalorização diante da moeda americana – o que explica que seja dólar a Palavra da Semana. Em compensação, o conhecimento é gratuito e, […]

Por Sérgio Rodrigues
Atualizado em 31 jul 2020, 05h33 - Publicado em 23 ago 2013, 17h00

Dos limites da linguagem: conhecer a origem e a história do vocábulo dólar não fará nada para proteger suas economias num momento em que o real passa por um acelerado processo de desvalorização diante da moeda americana – o que explica que seja dólar a Palavra da Semana.

Em compensação, o conhecimento é gratuito e, ao contrário do que ocorre no mercado de câmbio, não vai deixá-lo mais pobre. Talvez até possa ser contabilizado como riqueza, daquele tipo intangível.

*

A palavra dólar foi usada em português pela primeira vez em 1818, ainda como dollar – o aportuguesamento viria mais tarde. De forma não surpreendente, o pioneirismo coube à linguagem diplomática.

Tratava-se, claro, de uma importação do inglês dollar, nome da moeda adotada oficialmente pelos Estados Unidos em 1785, a princípio de modo apenas formal, mas em circulação desde 1794.

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Parece ter pesado em tal adoção o fato de a palavra não ter origem britânica, algo que àquela altura, depois da guerra de independência encerrada em 1783, poderia tornar o nome do dinheiro americano um palavrão. Mas qual era a origem de dollar?

A palavra tinha penetrado na língua inglesa em meados do século XVI para nomear uma moeda espanhola de prata, de ampla circulação nas então colônias hispano-americanas e, por contágio, também nas colônias britânicas da América do Norte. Segundo o dicionário Oxford, derivava de daler, termo do holandês e também de um dialeto alemão, corruptela do alemão culto taler (mais tarde thaler).

Taler ou thaler era inicialmente a forma abreviada com que se batizara em alemão uma moeda semelhante àquele peso espanhol, oriunda das minas de prata de Joachimsthal (o vale de São Joaquim), ou seja, a Joachimsthaler. Queria dizer, literalmente, “do vale”. A língua portuguesa registra a palavra táler, do vocabulário da numismática, para nomear essa moeda. Situada na região da Boêmia, aquela cidade hoje se chama Jáchymov e pertence à República Tcheca.

De lá para cá, o poder do dólar americano ajudou a tornar a palavra um sinônimo internacional de dinheiro. O Houaiss o registra como nome oficial da moeda dos seguintes países: Anguilla, Antígua, Austrália, Bahamas, Barbados, Belize, Bermudas, Brunei, Canadá, Cingapura, Dominica, Estados Unidos da América, Estados Unidos da Micronésia, Fiji, Granada, Guam, Guiana e Jamaica, Hong-Kong, Ilhas Cayman, Ilhas Cook, Ilhas Marianas do Norte, Ilhas Marshall, Ilha Natal, Ilha Norfolk, Ilhas Salomão, Ilhas Turks e Caicos, Ilhas Virgens, Kiribati, Libéria, Malásia, Montserrat, Namíbia, Nauru, Nova Zelândia, Palau, Santa Lúcia, São Cristóvão e Névis, São Vicente e Granadinas, Trinidad e Tobago, Tuvalu e Zimbábue.

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