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Por Sérgio Praça
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PSDB: centralizado, conservador e pouco contemporâneo

Parece inacreditável, mas o principal partido de oposição ao PT – o PSDB – conseguirá sair menor de toda essa crise política. Caso o impeachment seja aprovado pela Câmara dos Deputados nos próximos dias, e, em seguida, ratificado em primeira votação pelo Senado Federal  não terá sido graças aos senadores Aécio Neves, Aloysio Nunes Ferreira, […]

Por Sérgio Praça Atualizado em 30 jul 2020, 23h01 - Publicado em 13 abr 2016, 16h39

Parece inacreditável, mas o principal partido de oposição ao PT – o PSDB – conseguirá sair menor de toda essa crise política.

Caso o impeachment seja aprovado pela Câmara dos Deputados nos próximos dias, e, em seguida, ratificado em primeira votação pelo Senado Federal  não terá sido graças aos senadores Aécio Neves, Aloysio Nunes Ferreira, Antonio Anastasia, Ataídes Oliveira, Cássio Cunha Lima, Dalírio Beber, Paulo Bauer, Ricardo Ferraço e Tasso Jereissati. (José Serra é outra história: está negociando sua participação no possível governo Temer há tempos. )

Ao contrário: a tentativa de deslegitimar a vitória de Dilma Rousseff em 2014 com o argumento de que urnas foram fraudadas deu ao partido a pecha de mau perdedor. É atitude de quem acha que democracia é ótima, desde que eu ganhe. Certamente não é compartilhada pela maioria dos filiados ao partido.

É lamentável que o PSDB se encontre nessa situação hoje. Afinal, como argumentou o economista Luiz Carlos Bresser-Pereira, tesoureiro de campanha presidencial e ministro de FHC, o PSDB deveria ser um partido “democrático, de esquerda e contemporâneo”. Bresser-Pereira desfiliou-se em 2011.

Um partido democrático e de esquerda? O cientista político Celso Roma, um dos melhores estudiosos sobre o PSDB, chegou à conclusão contrária em estudo de 2002. Baseando-se em pesquisa com líderes locais do partido, afirma que a aliança PSDB-PFL (atual DEM – obrigado, Antonio Lavareda!) foi ideológica, não pragmática. Ou seja: os militantes do PSDB são muito mais conservadores do que alguns de seus líderes nacionais, como José Serra, Fernando Henrique Cardoso e (talvez) Aécio Neves.

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Geraldo Alckmin é a exceção. No comando do governo paulista, tem dado, nos últimos anos, uma guinada considerável à direita. O mais recente reflexo disso foi a nomeação do desembargador José Renato Nalini para a secretaria da Educação. Nalini conseguiu a proeza de publicar um texto, no site da secretaria, defendendo que segurança e justiça são as únicas funções essenciais do governo. E educação? Pois é. O desembargador Nalini ignora a Constituição de 1988.

Não é à toa que figuras históricas do partido, como Bresser-Pereira e alguns outros intelectuais, estejam tão decepcionadas. O PT deixará um vazio enorme na política nos próximos anos. O PSDB poderia ocupar esse espaço, de centro-esquerda, e oferecer uma boa alternativa nas eleições presidenciais de 2018. Caso continue, na prática, sob o comando de Alckmin, o partido terá futuro sombrio.

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