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Por Sérgio Praça
A partir do que há de mais novo na Ciência Política, este blog do professor e pesquisador da FGV-RJ analisa as principais notícias da política brasileira. Este conteúdo é exclusivo para assinantes.
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Por que Bolsonaro tem tanto apelo?

Ao contrário da maioria dos outros candidatos, Bolsonaro parece sincero

Por Sérgio Praça Atualizado em 18 Maio 2018, 09h53 - Publicado em 18 Maio 2018, 09h52

Após as desistências de Joaquim Barbosa e Luciano Huck como candidatos à presidência, convencionou-se dizer que as eleições de 2018 terão “mais do mesmo”. Os outros concorrentes – Marina Silva (Rede), Geraldo Alckmin (PSDB), Ciro Gomes (PDT) e Jair Bolsonaro (PSL) – seriam candidatos acostumados ao sistema político, sem frescor.

Não acho essa a melhor interpretação. Até agora de modo hábil, Bolsonaro ocupa o papel de outsider nas eleições presidenciais de 2018.

Com as condições atuais do país, seria surpreendente que nenhum candidato anti-sistema aparecesse. Somos um país presidencialista, com alto grau de corrupção, e com a economia se recuperando aos poucos de uma profunda crise. Segundo o cientista político Miguel Carreras, esses fatores são determinantes para o sucesso de outsiders. Bolsonaro, deputado federal há 27 anos, não se encaixaria na definição de “novato” usada por Carreras. Newcomers seriam pessoas com menos de três anos de experiência em qualquer atividade política.

Mas, como faria qualquer outsider como Luciano Huck ou Joaquim Barbosa, Bolsonaro critica com veemência os acordos políticos que já viu entre Legislativo e Executivo. Por ocupar papel periférico na Câmara dos Deputados, sua posição tem credibilidade. Em entrevista a Ricardo Correa, Bolsonaro afirma: “Por que outros partidos não me procuram? Porque eu não faço acordo do tipo que eles querem, escondidinho, do jeito que eles gostam. Aqui ao vivo eu faço. (…) Estou há 27 anos dentro da Câmara dos Deputados. Com todo o respeito, lá os acordos são outros. É o repartimento dos cargos públicos, ministérios, bancos oficiais, estatais, que você sabe onde vai chegar- ineficiência do estado, falência do estado, corrupção. E isso eu não quero.”

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Ele não parece estar mentindo. Newsflash para concorrentes como Geraldo Alckmin e outros: não parecer estar mentindo é importante em campanhas eleitorais.

Perguntado sobre como faria para negociar o apoio de outros partidos caso seja eleito presidente, o candidato do PSL diz coisas menos críveis. “Temos estudado. Tem um grupo de 40 parlamentares e acho que todos devem ser reeleitos em Brasília que estão estudando isso. Como negociar com o parlamento sem o toma-lá-dá-cá. Se for para fazer a mesma coisa, eu vou embora, vou cuidar da minha vida. Nós estudamos já bastante, continuamos estudando.

Um grupo de 40 deputados e senadores estudando a formação de coalizões programáticas em sistemas presidencialistas? Conta outra.

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Fica o alerta para quem vive na bolha zona sul carioca: Bolsonaro tem credibilidade para muito mais gente do que se imagina.

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