Assine VEJA por R$2,00/semana
Imagem Blog

Política com Ciência Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO

Por Sérgio Praça
A partir do que há de mais novo na Ciência Política, este blog do professor e pesquisador da FGV-RJ analisa as principais notícias da política brasileira. Este conteúdo é exclusivo para assinantes.
Continua após publicidade

Os quatro responsáveis diretos pela tragédia do Museu Nacional

Quatro burocratas também devem explicações sobre o incêndio

Por Sérgio Praça 3 set 2018, 14h15

Há quatro responsáveis pelo incêndio de ontem no Museu Histórico Nacional do Rio de Janeiro, uma das instituições mais importantes da educação e cultura brasileira: Marcelo Mattos Araújo (presidente  do Instituto Brasileiro de Museus até poucos dias atrás), Roberto Leher (reitor da Universidade Federal do Rio de Janeiro, a mantenedora do museu), André Esteves da Silva (pró-reitor de Gestão e Governança da UFRJ) e Taiana Fortunato Araújo (Superintendente de Patrimônio da UFRJ).

Mattos Araújo e Leher são muito mais responsáveis pela tragédia do que qualquer político. Ocupam posições político-administrativas de confiança e tinham a obrigação de estarem cientes da vulnerabilidade do Museu Nacional.

Qualquer presidente do Instituto Brasileiro de Museus precisa estar antenado com as melhores práticas internacionais de museologia e buscar firmar parcerias com outros países . Para isso, Mattos Araújo foi para a China, em abril deste ano, participar do “Fórum de Aliança de Museus de Arte e Galerias do BRICS”. Recebeu,em diárias, R$ 3.839,00. Mas não será melhor fazer o básico antes, como cuidar de normas básicas de segurança contra incêndios? Ter funcionários dedicados e preparados para lidar com isso?

Quando Mattos Araújo entregou o cargo, Sérgio Sá Leitão, o ministro da Cultura, afirmou que ele “demonstrou a mais absoluta competência na gestão da política pública museológica e dos museus federais brasileiros”. No release, o ministério afirma que Araújo “dedicou-se à qualificação do Instituto Brasileiro de Museus na gestão de museus federais e à promoção de diálogo com os cerca de 3,6 mil museus brasileiros”. Se ele era tão bom assim, talvez Sá Leitão deva chamá-lo imediatamente de volta ao cargo.

Continua após a publicidade

O reitor Roberto Leher decidiu culpar os bombeiros. É uma cara-de-pau espantosa. O orçamento da UFRJ é mais do que suficiente para manter o museu em bom estado. Se Leher não sabia da situação, é incompetente. Se sabia, é omisso e merece processo administrativo . O mesmo vale para André Esteves da Silva e Taiana Fortunato.

Havia uma auditoria do Museu Nacional prevista para 2015, de acordo com o relatório de gestão entregue pela UFRJ ao TCU em 2016, mas cancelada por conta da greve de maio a outubro daquele ano. Pior ainda: um incêndio em 3 de outubro de 2016 “devastou totalmente”, segundo o relatório, três pró-reitorias da universidade – inclusive a de Gestão e Governança!

Taiana está no cargo de superintendente do patrimônio da UFRJ desde setembro de 2017. É concursada no Inmetro há dez anos e foi “emprestada” para a Universidade Federal do Rio de Janeiro. Essa superintendência tem como função “estabelecer normas para a administração patrimonial e exercer a gestão dos bens patrimoniais, bem como manter seu inventário e controle permanente” https://gestao.ufrj.br/index.php/patrimonio Taiana é a responsável mais direta, na hierarquia da UFRJ, pela situação. É a “burocrata de médio escalão” com jurisdição específica para cuidar da integridade física do museu. Falhou.

Continua após a publicidade

O mapa estratégico do Instituto Brasileiro de Museus, estabelecido em 2013 e disponível no relatório de gestão do instituto referente a 2016, tem 20 pontos. O décimo-primeiro é “estimular a modernização da gestão dos museus”.

Mas o básico não traz votos nem reconhecimento burocrático.

(Entre em contato pelo meu site pessoalTwitter e Facebook)

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.