39 deputados estaduais cariocas resolveram, há poucos minutos, livrar Jorge Picciani, Paulo Melo e Edson Albertassi – todos deputados do PMDB – da cadeia. O trio para lá foi enviado em decisão unânime da Justiça Federal. A lista de parlamentares que apoiou Picciani, Melo e Albertassi sem alguma acusação de corrupção ou outros atos escabrosos é curtíssima.

São Marcos Muller (PHS), Nivaldo Mulim (PR), Paulo Ramos (PSOL), Pedro Augusto (PMDB), Rosenverg Reis (PMDB) e Silas Bento (PSDB). Ou seja: 33 dos 39 deputados que livraram seus colegas têm algum tipo de conta a acertar com a justiça.

Os crimes mais associados aos parlamentares cariocas é de “abuso do poder econômico” nas eleições. Significa que, através da compra de votos, conseguiram (de acordo com seus acusadores do Ministério Público) desequilibrar a disputa eleitoral. Intimidam, com força física e corrupção extrema, candidatos que poderiam tirar suas vagas.

Esse quadro desalentador mostra que cientistas políticos subestimaram o conluio entre parlamentares como força motriz do “ultrapresidencialismo estadual”. Governadores podem dominar o processo legislativo através da distribuição de cargos de confiança e outras benesses, mas um cenário tao extremo de corrupção através de compra de votos não é garantido, sozinho, nem por um Cabral.

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