Assine VEJA por R$2,00/semana
Imagem Blog

Política com Ciência Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO

Por Sérgio Praça
A partir do que há de mais novo na Ciência Política, este blog do professor e pesquisador da FGV-RJ analisa as principais notícias da política brasileira. Este conteúdo é exclusivo para assinantes.
Continua após publicidade

Fernando Haddad, um desperdício

Cada vez mais, o destino do PT está ligado a Lula e desperdiça um dos poucos honestos que restou ao partido: Fernando Haddad

Por Sérgio Praça Atualizado em 19 jan 2021, 09h54 - Publicado em 24 abr 2018, 11h34

Nas eleições presidenciais deste ano, o PT tem três estratégias plausíveis: apoiar a candidatura de Ciro Gomes (PDT), lançar Fernando Haddad (PT) como candidato ou ir até o fim com Lula (PT), ficha-suja que terá sua candidatura negada pelo TSE poucas semanas antes do pleito.

Duas notícias de hoje mostram que a estratégia “Lula como Deus” será adotada pelo partido. A primeira é que Haddad, advogado desde 1987 (embora nunca tenha exercido a profissão), pegou sua carteirinha da OAB para poder defender Lula em algum de seus processos e, assim, ganhar o direito de visitar o ex-presidente. É óbvio que conversarão muito mais sobre estratégias políticas do que estratagemas jurídicos. Lula pode se convencer (ou já está convencido) a lançar Haddad como seu substituto? Acho improvável, pois perdeu a melhor chance para fazê-lo em seu último discurso antes de ser preso. A expectativa é que fique um longo tempo na cadeia e seja muito menos relevante do que vários imaginam.

A segunda notícia é que Ciro Gomes e Haddad encontraram os economistas Luiz Carlos Bresser-Pereira e Delfim Netto para tratar de uma “frente de centro-esquerda” nas eleições. Bobagem completa. A principal proposta defendida por Bresser-Pereira é o “câmbio competitivo” – ou seja, desvalorizar o real para exportar mais e, com isso, fazer o país crescer. Simplificando de modo grosseiro, significaria tornar o Brasil uma nova China. Quem mais defende isso é Nelson Marconi, economista da FGV-SP discípulo de Bresser-Pereira. Em toda sua história, o PT nunca sinalizou a menor vontade de adotar uma proposta assim. Ciro a vê com simpatia, mas ainda não se comprometeu. Como conciliar isso em uma única candidatura? Bastante improvável.

Delfim Netto, presente!, é um enorme equívoco. Implicado em corrupção na licitação para a hidrelétrica de Belo Monte, Delfim tornou-se parceiro tóxico. Quanto a ele ter algo a contribuir para uma frente de “centro-esquerda”… melhor nem comentar.

Continua após a publicidade

Com essa estratégia confusa, que pende ao lançamento de Lula como candidato, o PT desperdiça Fernando Haddad, provavelmente o único líder do partido que não está envolvido diretamente em corrupção. Uma pena para eles.

(Meu livro “Guerra à Corrupção: Lições da Lava Jato”  está à venda aqui)

(Entre em contato pelo meu site pessoalFacebookTwitter e email)

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.